Peemedebista já explora na propaganda Dilma e de Lula como seus cabos eleitorais; Mauro Mendes também quer tirar proveito
Efeito Dilma ajuda a empurrar Silval
A liderança da petista Dilma Rousseff na corrida presidencial tem provocado efeito positivo na candidatura à reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB). De quebra, ainda conta com empurrão do presidente Lula, que registra alto índice de aprovação e de popularidade, mesmo com quase oito anos de mandato. Logo no primeiro dia do horário eleitoral, nesta quarta, Silval teve no seu programa a presença de Lula, que pediu voto para ele e para a presidenciável.
Havia expectativa de que em Mato Grosso, a exemplo das eleições gerais de 2002, José Serra fosse impôr uma ampla vantagem de diferença na corrida ao Palácio do Planalto. O que as pesquisas apontam hoje, a 40 dias do pleito, porém, é um cenário em que o tucano se mostra estacionado, enquanto Dilma vem crescendo nas intenções de voto. De carona, Silval já orientou os marqueteiros a gravar mensagem de Dilma para o programa eleitoral em defesa de sua candidatura e se comprometendo a, se eleita, dar atenção especial aos pleitos de Mato Grosso.
Desde 2008, quando o então vice-governador anunciou que estava trabalhando pela candidatura à sucessão estadual, a oposição não levou a investida a sério. Dizia que seria fácil vencer Silval por este não ter conteúdo, se apresentar inconsistente para os debates e não demonstrar pulso firme. Outros diziam que seria espécie de "cavalo paraguaio" - gíria utilizada no futebol numa referência a jogador que tem uma boa atuação no começo de um campeonato ou de uma partida e depois decai de modo a ser superado.
Com atuação discreta, sem enfrentar confrontos, driblando adversários e na condução de uma máquina que tem quase R$ 9 bilhões de orçamento anual e aproxidamente 90 mil servidores, Silval Barbosa chega com fôlego no horário eleitoral. Lidera todas as pesquisas de intenção de voto. Seus correligionários mais eufóricos acham até que, com a subida de Dilma, com o bom conceito do governo Lula e com a performance dos candidatos ao Senado pela coligação, ex-governador Blairo Maggi (PR) e o deputado federal Carlos Abicalil (PT), além do perfil do próprio candidato ao Paiaguás, seria possível ganhar no primeiro turno. Já os menos otimistas consideram certo eleição de dois turnos e acreditam que somente uma reviravolta tiraria Silval desse confronto final.
Por causa da crescida de Dilma nas pesquisas, o deputado federal Valtenir Pereira, presidente regional do PSB, que tem Mauro Mendes como candidato a governador, passou a dizer que a petista também está no seu palanque. O problema é que a aliança dos quatro partidos pró-Mendes (PPS, PSB, PDT e PV) está dividida entre 3 concorrentes ao Planalto. Enquanto PDT e PSB defendem Dilma, o PPS apoia Serra e o PV aposta em Marina Silva. Desde já e antes de perder espaço, Silval aproveitou a conjuntura nacional e chamou para si a presidenciável, que tem como vice da chapa o deputado peemedebista Michel Temer. Conseguiu também atrair o PT por inteiro, após a senadora Serys Marli entrar no bloco como candidata à deputada federal.
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