PR: zelador confessa ter matado estudantes e escondido em fossa
A Polícia Civil de Campo Mourão (a 477 km de Curitiba) apresentou, nesta segunda-feira, o zelador Raimundo Gregório da Silva, 52 anos, acusado de ter matado, queimado e jogado os ossos de uma adolescente e de uma mulher de 21 anos na fossa da Escola Estadual Vinicius de Moraes. Segundo a polícia, ele confessou os crimes.
Na sexta-feira, foram encontrados restos mortais em uma fossa desativada no pátio do colégio, onde o zelador trabalhava. No domingo, após novas buscas, outra ossada foi encontrada. De acordo com a polícia, a segunda vítima, a mulher de 21 anos, estava desaparecida desde janeiro. As duas estudavam no colégio e foram identificadas pelo próprio zelador em sua confissão.
As famílias também reconheceram as jovens pelas roupas que usavam e, de acordo com a polícia, o trabalho de perícia começa na terça-feira. A identificação oficial deve sair em uma semana.
A suspeita é que a primeira ossada seja de Dimitria Laura Vieira Gênero, 16 anos, que desapareceu em 2008, durante as férias de verão. A avó afirmou que, na época, a menina avisou que iria viajar a Arapongas na companhia do zelador, conhecido na comunidade como Ivan. Ela supostamente visitaria um namorado, mas não foi mais vista desde então. A segunda vítima, foi morta à marretadas, segundo teria dito o zelador. Há indícios de que as vítimas foram esquartejadas antes de serem jogadas na fossa.
Segundo o delegado José Aparecido Jacovós, o zelador disse para a avó da menina que ela havia fugido com o namorado para São Paulo (SP). Alertado do desaparecimento, o delegado da época indiciou Ivan por subtração de incapaz. Tempos depois, porém, a avó, familiares e amigos da estudante receberam mensagens de celular, supostamente enviadas por Dimitria, avisando que estava bem e que, inclusive, seria mãe de uma criança. Informada dos recados, a polícia deu o caso por encerrado. Há um ano, outra mensagem enviada pelo celular, avisava que Dimitria estava se mudando para a Itália.
Após analisar o inquérito, Jacovós percebeu alguns pontos obscuros e resolveu investigar novamente o zelador. Chamado para depor, Silva afirmou que considerava a estudante como filha e que constantemente a presenteava com roupas e calçados de grife. Para surpresa do delegado, Silva disse que também recebia mensagens de Dimitria. No entanto, horas após o zelador ser liberado da delegacia, o pai da vítima recebeu uma mensagem, supostamente enviada pela filha, avisando que ela estava na Itália e pedindo para que a queixa contra o zelador fosse retirada.
Avisada do fato, a polícia orientou o pai a retornar a mensagem, pedindo para que Dimitria respondesse três perguntas para as quais só ela conheceria as respostas. A mensagem foi respondida, mas não correspondia às informações requisitadas. Percebendo que a resposta havia partido de um telefone situado em um código de área do Paraná, a Polícia Civil pediu à Justiça uma ordem de busca e apreensão na casa do zelador, que há 15 anos residia dentro do colégio. Durante as buscas, a polícia encontrou o celular usado para enviar as mensagens e fotos de adolescentes nuas.
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