Serra diz que "300 picaretas" do Congresso estão com Dilma

No RS, um dos poucos Estados onde Serra ainda se mantém na dianteira, o tucano atacou a distribuição de cargos em estatais entre aliados do Planalto e relembrou a frase de Lula, dita em 1993, segundo a qual havia "300 picaretas" no Congresso.

Para o Datafolha, Dilma tem 41%, Serra, 33% e Marina Silva (PV), 10%. A petista está a apenas três pontos para vencer no primeiro turno.

"Não sou daqueles que dizem que o Congresso tem 300 vigaristas ou picaretas. Hoje estão todos [os "picaretas"] com a outra candidata. Tem gente muito boa no Congresso, mas tem uma dominação excessiva [de políticos sobre estatais]", discursou.

Serra voltou a prometer cortar o loteamento de cargos em estatais e foi irônico ao dizer que "estatizaria" os Correios, que, segundo ele, "foram privatizados". "Sua diretoria não serve aos Correios, serve a partidos ou a setores de partidos. Nunca o patrimonialismo e o fisiologismo avançaram tanto no nosso país", afirmou.

Depois, disse aos jornalistas que vai, diariamente, citar algum tema para comparação com a rival do PT. Ontem, citou a distribuição gratuita de medicamentos.

"O que ela fez na vida em matéria de distribuição de medicamentos? O governo em que ela supostamente mandava não fez essas propostas que ela faz agora."

No RS, Estado administrado pela tucana Yeda Crusius e berço político de Dilma, a vantagem sobre a petista encolheu de 12 para 8 pontos percentuais entre julho e agosto (está 43% a 35%).

Serra foi recebido por Yeda ao chegar para um churrasco com aliados no parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em Porto Alegre. Os dois passaram pouco tempo juntos.

No evento com PSDB, DEM, PP e alguns deputados do PMDB, Serra ficou numa saia justa quando o público começou a gritar Yeda no momento que o presidenciável pedia votos para os aliados gaúchos. O presidenciável sorriu, elogiou Yeda e também o ex-prefeito José Fogaça (PMDB).