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Domingo - 15 de Agosto de 2010 às 09:39

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A experiência do assentamento 14 de Agosto é fruto de um MST antigo que ainda não havia perdido seu foco de movimento social, na opinião do diretor de Relações Institucionais da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Rogério Romanini. Representante do setor produtivo criticado pelo MST como contrário à reforma agrária, Romanini diz que o movimento passou a atuar numa politicagem por vezes criminosa.

“A Famato não é contra a reforma agrária, mas desde que ela seja feita dentro da lei. O MST era um movimento agrário, mas perdeu o foco, virou um movimento político, um braço do governo”, critica, mencionando o caráter político das invasões de terras e da destruição das plantações promovidas em protestos pela reforma agrária.

Romanini conta que a mudança de foco do MST ocorreu quando o Partido dos Trabalhadores deixou de ser oposição. A partir daí, o movimento apelou para o vandalismo e para a truculência que geram prejuízos aos produtores e atentam contra o direito à propriedade.

O diretor nega que haja preconceito em relação ao movimento. Diz que “o que se faz é o que deixa marca”, referindo-se a manifestações truculentas já ocorridas, como as invasões de terra do Abril Vermelho (em memória do Eldorado dos Carajás, conflito do MST com a polícia que deixou 19 lavradores mortos no Pará há 14 anos). Romanini se diz conhecedor de assentamentos em Mato Grosso e aponta para o insucesso de muitos estado afora devido à mudança do MST e à participação, dentro do movimento, de pessoas que objetivam apenas a política ou se beneficiar indevidamente das terras dadas pelo governo.

“Espero que o MST volte ao foco, que é a agricultura familiar. Tem muito assentamento que não vai pra frente porque não tem pessoas qualificadas para a agricultura familiar e porque tem gente com outras propriedades. Já vi assentado que antes era dono de farmácia em cidade do interior”.






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