Garantir o direito de propriedade e de ir e vir nas rodovias será argumento
Concessionária não descarta lançar mão de ação judicial
Diante da iminência de uma greve entre os motoristas que operam nos terminais de cargas da América Latina Logística (ALL), concessionária da ferrovia senador Vicente Vuolo, em Alto Taquari e Alto Araguaia, a empresa afirma, por meio de nota à imprensa, que além de não descartar a possibilidade de “ingresso na Justiça contra o movimento de paralisação, repudia iniciativas que possam prejudicar a população” e que está “aberta ao diálogo”.
Se a interrupção se confirmar a partir de amanhã, como informado na última sexta-feira pelo presidente da Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de Mato Grosso, Luiz Gonçalves da Costa, e pelo diretor executivo da Associação dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso (ATC), Miguel Antônio Mendes, a ALL esclarece “que não se reveste da garantia constitucional ao direito de greve, uma vez que a concessionária não é sua empregadora, e sim proprietária dos terminais utilizados pelos motoristas para o descarregamento dos caminhões, não mantendo com estes qualquer relação empregatícia, comercial ou de outra natureza. Deste modo, eventuais paralisações ensejarão a tomada das providências judiciais cabíveis para responsabilização de todos os envolvidos, a fim que resguardar os direitos fundamentais de propriedade da ALL e de liberdade daqueles que não fazem parte do movimento, ambos previstos constitucionalmente”.
Em outro trecho da nota, a ALL reforça que permanece “aberta ao diálogo e repudia qualquer iniciativa que possa prejudicar a população da região, como a paralisação das rodovias, bem como a logística para o escoamento da produção do Estado, um dos principais produtores de grãos do país, rumo ao porto de Santos”.
AMEAÇA - Os transportadores de cargas que utilizam os terminais da ALL estão ameaçando paralisar as atividades caso as reivindicações de melhorias nos não sejam cumpridas. Pelos terminais passam diariamente 600 caminhões, com um volume de cargas para desembarque da ordem de aproximadamente 8 milhões por ano.
Entre as reivindicações, além do asfaltamento do pátio, considerado necessário pelos motoristas, devido à poeira na seca e lama com o período chuvoso, o pleito pede iluminação e segurança à noite, fim da prática da ALL de bloquear o CPF e placa do caminhão, fim da cobrança do uso dos banheiros (em Alto Araguaia é cobrado R$ 1 e, em Alto Taquari, R$ 2), a criação de mecanismos de registro da chegada do caminhão ao pátio, o comprometimento da empresa em limitar o número de caminhões no pátio, que chega a receber mais de 600 caminhões por dia, quando o limite deve ser de 400, cessar o sistema de som no período noturno, e, por último, os caminhoneiros pedem o aumento do número de tombadores (equipamento de descarga do veículo).
INVESTIMENTOS - A concessionária esclarece que em 2010 já investiu mais de R$ 13 milhões em melhorias nos terminais e que a maior parte do pleito está contemplada. A via de acesso entre os terminais será asfaltada. A previsão é de que estas obras estejam concluídas em até 120 dias.
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