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Polícia Brasil
Sábado - 14 de Agosto de 2010 às 15:14

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A médica Sarita Pereira, coordenadora de pediatria do Hospital RioMar, da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, foi presa na manhã de hoje por policiais da delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), acusada de ter contratado o estudante de medicina Alex Sandro da Cunha Silva para atuar como médico com um registro profissional falso. Alex foi o responsável que atendeu e liberou a menina de cinco anos que faleceu ontem na clínica pediátrica Amiu, de Botafogo, após 26 dias internada em coma.

Sarita chegou à Dcav para prestar depoimento nitidamente abalada e chorou ao declarar que era "uma pessoa honesta". A advogada Valesca Rodrigues que a acompanhava disse acreditar na inocência de sua cliente e negou que a médica tenha sido responsável pela contratação do estudante do quinto período de medicina.

O delegado responsável pelo caso, Luiz Henrique Marques, afirmou que os policiais surpreenderam Sarita às 6h00 da manhã de ontem já "pronta para fugir" de sua casa, em um condomínio de Jacarepaguá, na zona oeste da cidade.

Em depoimento na quinta-feira, o falso médico apontou Sarita como a responsável por sua contratação. De acordo com o delegado Marques, outros itens da investigação apontam para o envolvimento da profissional na falsificação.

Ligações telefônicas do celular de Alex Cunha foram interceptadas e diversas conversas entre ele e a médica foram ouvidas. O falsário teria trocado de número esta semana para tentar atrapalhar as investigações, mas mesmo com o número mais recente ele e a médica continuaram se falando. Os diretores do hospital RioMar também indicaram Sarita como a responsável pela seleção e inclusive pagamento dos profissionais do setor.

A prisão de Alex Cunha também foi decretada, mas os policiais não o encontraram em sua casa. Ele é considerado foragido. Ambos responderão por crime de falsidade ideológica, exercício ilegal da medicina e uso de documentos falsos.

A médica tem mandado de prisão decretado por 30 dias e será encaminhada a uma delegacia especial após o seu depoimento.

A criança, que estava em coma deste a internação, no dia 19 de julho, apresentava lesões atribuídas pela mãe ao pai da criança. Os pais são separados e brigavam pela guarda da filha, que estava sob os cuidados do pai, o serventuário da Justiça André Marins, quando foi levada ao hospital.

Durante as investigações sobre o caso, a Dcav chegou ao falso médico, responsável por liberar a menina, ainda desacordada. De acordo com o depoimento paterno, ele a levara ao hospital RioMar três vezes após observar os sintomas de convulsão. Na última vez ela teria sido liberada ainda inconsciente, com a explicação de que estava sedada.

Como não observou reação na menina, o pai decidiu levá-la para outro hospital, onde ficou internada por 26 dias até seu falecimento, na sexta-feira à tarde.

A mãe, a médica Cristine Ferraz, perdera a guarda da filha por 90 dias depois de a Justiça entender que ela sofria de síndrome parental, quando um dos genitores faz campanha difamatória contra o outro. Suspeita-se que ela tenha sofrido maus-tratos por apresentar pequenos hematomas e marcas que supostamente seriam queimaduras de cigarro.

O pai, entretanto, nega as acusações. Segundo ele, a origem das marcas no corpo da menina seriam marcas das convulsões que tivera, motivo pelo qual a levara ao hospital.

O delegado a frente do caso explicou que as investigações sobre a morte da criança correm em paralelo. Sobre a acusação de maus-tratos, Marques aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML), onde o corpo está sendo examinado. 






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