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Sexta - 13 de Agosto de 2010 às 16:21

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Julia Chequer/R7
Silvio de Abreu falou que teve de tornar Passione mais simples para que público entendesse
Silvio de Abreu falou que teve de tornar Passione mais simples para que público entendesse

O autor de novelas Silvio de Abreu encerrou nesta sexta-feira (13) o ciclo Encontros Estadão & Cultura, parceria do jornal O Estado de S.Paulo com a Livraria Cultura que discutiu os 60 anos da TV no Brasil. O encontro aconteceu no teatro Eva Herz, dentro da Livraria Cultura, na avenida Paulista, em São Paulo.

Coube a Abreu falar sobre o filão das telenovelas, principal produto da indústria televisiva nacional. Em sua fala, o autor criticou a qualidade intelectual do telespectador brasileiro nos dias atuais. Ele ressaltou a piora na educação no país e lembrou que, na década de 1970, tinha telespectadores mais inteligentes.

- Hoje, você fica fazendo um monte de coisa e não se aprofunda em nada. Porque o público está assim, né? Então, quando você vai fazer uma coisa que exige certo raciocínio, precisa ter muito cuidado. 

Como exemplo da preguiça do telespectador para acompanhar coisas mais complexas, o novelista citou a reação aos primeiros capítulos de sua atual novela, Passione.

- Quando fizemos as primeiras pesquisas de Passione, as pessoas diziam que nessa novela não aconteciam nada. Como não acontece nada, meu Deus do céu? Não é que não acontecia, é que elas não entendiam a história. Não conseguiam acompanhar. Por quê? Porque eram muitas informações ao mesmo tempo.

O autor contou que precisou dar as informações aos poucos e criar elementos mais populares, na tentativa de prender a atenção do telespectador.

- Novela tem de ser repetitiva. Novela não tem capacidade de enfiar uma ideia na cabeça da pessoa, como o filme e o teatro enfiam, porque não é vista com o mesmo respeito.

O novelista se mostrou descrente da ética do povo brasileiro. Ele diz que essa crise acaba refletida na sua trama. 

- Em Passione, os mocinhos vão usar as mesmas armas dos bandidos. A Bete e o Totó vão falsificar documentos para enganar o Fred. O povo brasileiro é um povo que perdeu a ética. Hoje você faz porque vai conseguir isso ou aquilo então está certo. Não importa se vai infringir uma regra moral ou prejudicar alguém. A novela reflete isso.

Silvio de Abreu afirmou que não acredita que a novela será extinta no futuro. Para ele, o que mudará serão as mídias nas quais as histórias serão veiculadas.

Após Passione, ele afirmou que vai se dedicar ao remake da novela Guerra dos Sexos, protagonizada por Fernanda Montenegro e Paulo Autran em 1983. Jorge Fernando deverá dirigir a trama, prevista para estrear em 2012 no horário das 19h. Segundo Abreu, o novo elenco ainda não foi escolhido.

Colaboraram Miguel Arcanjo Prado, repórter do R7, e Pedro Henrique Feitosa, estagiário do R7





Fonte: Do R7

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