Segundo semestre inicia com alta nas comparações mensal e anual; cartões de crédito e financeiras puxaram a elevação
Excesso de consumo provoca aumento da inadimplência, revela Serasa Experian
Ainda endividado com as compras realizadas no Dia das Mães e Dia dos Namorados, o consumidor tem enfrentado dificuldades na hora de honrar seus compromissos. O Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor registrou alta de 3,9% em julho na relação com o mesmo mês do ano passado, representando a terceira alta consecutiva na comparação anual, após ter registrado queda desde outubro de 2009.
Segundo os economistas da Serasa Experian, a inadimplência do consumidor está em alta devido ao crescimento acelerado do endividamento. Além das compras feitas nas datas comemorativas em maio e junho e as constantes promoções do varejo, com prazos mais alongados para diluir a elevação da taxa de juros, o consumidor também carrega dívidas desde março, quando aproveitou a redução do IPI para comprar veículos e eletrodomésticos da linha branca.
Na comparação mensal (julho ante junho de 2010), a inadimplência também apresentou crescimento de 1,5%. Mesmo em ritmo moderado, a perspectiva é de que a inadimplência continue crescendo até o final do ano, de acordo com os economistas da Serasa Experian.
Já no período acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, a inadimplência do consumidor ainda está em queda com 1,4%, representando o sétimo recuo consecutivo para esta comparação.
Na decomposição do indicador, as dívidas com os cartões de crédito foram as principais responsáveis pelo crescimento da inadimplência (alta de 4,4%), contribuindo com 1,4% no resultado do indicador. As dívidas com os bancos e os títulos protestados tiveram uma contribuição menor com 0,1% cada um. Os cheques devolvidos por falta de fundos apresentaram um pequeno recuo de 0,2%.
Valor das dívidas com cheques sem fundos continua crescendo
No início do segundo semestre de 2010, em comparação com o mesmo período do ano anterior, o valor médio das dívidas com cheques sem fundos teve alta de 39,2%. Os títulos protestados e as dívidas com cartões de crédito e financeiras também tiveram crescimento de 5,9% e 3,8%, respectivamente. A única modalidade da inadimplência que apresentou queda foram as dívidas com os bancos, com recuo de 0,7%.
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