MP denuncia ortopedista por estupro
O médico ortopedista Célio Eiji Tobisawa, 42, foi denunciado pelo Ministério Público por estupro de vulnerável e falsidade ideológica praticada por funcionário público com circunstância agravante de violação do dever profissional, nos 2 crimes. A denúncia é válida somente para um dos paciente que foi abusado sexualmente dentro do Hospital Regional de Colíder (650 km ao norte de Cuiabá). O caso corre em segredo de Justiça.
O inquérito policial apontou um total de 5 vítimas violentadas, todas homens. Porém, a promotora Alessandra Gonçalves da Silva Godoi afirma que em 4 situações o prazo para tomar as providências cabíveis já expirou. Quando a vítima de estupro conhece o agressor, ela tem 6 meses para denunciar.
Tobisawa foi preso no final de julho quando estava em uma clínica de Cuiabá. O inquérito policial aponta que o médico sedava os pacientes durante o procedimento cirúrgico e fazia sexo oral neles. A primeira denúncia oficial foi feita por um jovem de Colíder, que procurou a direção do Hospital Regional para relatar o caso. Outros 3 rapazes afirmaram que foram abusados dentro da mesma unidade de saúde. O acusado também molestou um paciente em Cáceres (225 km a oeste de Cuiabá), onde responde a um processo por atentado violento ao pudor.
O delegado de Colíder, Sérgio Ribeiro Araújo, afirma que primeiro jovem a denunciar estava anestesiado para fazer infiltrações no joelho. Quando o efeito sedativo estava acabando, ele percebeu que era molestado sexualmente pelo médico. Ele não teve forças para reagir e procurou a direção do hospital após se recuperar.
A administradora da unidade, Jucineide Oliveira Silva, cancelou o contrato com o profissional no dia 25 de junho. Ela também aconselhou a vítima a procurar a delegacia para registrar um boletim de ocorrência.
As vítimas apontadas no inquérito têm entre 20 e 25 anos. No depoimento à Polícia, o suspeito nega as acusações. Ele afirma que é inocente e diz que os rapazes tiveram alucinações, causadas pela anestesia.
Desde 2005, Tobisawa atendia pacientes em Colíder, onde participou de uma seleção e disputou a vaga com outros 4 especialistas. Ele atuou no Hospital Regional por 5 anos sem apresentar nenhum problema. Neste período também atendeu em Cáceres, onde em março de 2009 fez uma vítima que teve coragem de procurar o Ministério Público somente em outubro do ano passado. O médico atendia ainda em Cuiabá, em uma clínica particular.
Quando o caso tornou-se público, no mês passado, o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Arlan Azevedo, afirmou que seria aberto um processo administrativo para interdição cautelar, porque sem a proibição o profissional coloca a sociedade em risco. O médico continua preso na Capital.
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