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Quinta - 12 de Agosto de 2010 às 01:33
Por: Dhiego Maia

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Só Notícias
Município estuda decretar situação de emergência. Mais de 200 haviam sido atendidos em hospital da cidade ontem
Município estuda decretar situação de emergência. Mais de 200 haviam sido atendidos em hospital da cidade ontem

O cenário é de destruição. Fonte de 30% da riqueza do município de Marcelândia (distante 720 quilômetros de Cuiabá), o Distrito Industrial virou cinzas na tarde de ontem por conta de uma queimada originada numa pastagem, que ganhou força ao atingir o lixão da cidade e partiu de forma desgovernada pelo local da tragédia. Até o fechamento da reportagem não havia registro de mortes.

No início da tarde de ontem, o fogo, somado ao vento forte, derrubou uma a uma as serrarias erguidas com madeira numa rapidez nunca antes vista. Moradores e proprietários das indústrias entraram em pânico. O único hospital da cidade, Maria Zélia, efetuou apenas ontem 200 atendimentos a vítimas de asfixia pela fumaça. Há registro até de pessoas que sofreram infarto e outras complicações. Ninguém teve queimaduras.

De acordo com informações do secretário de Saúde, Jacson Silvano Medeiros, uma estrutura foi formada em socorro às vítimas. “Encaminhamos ambulâncias e reforçamos a estrutura do posto de saúde localizado no Distrito Industrial”. O secretário ainda reforçou que a demanda de atendimentos estava sob controle.

O prefeito da cidade, Adalberto Diamante, ainda não calculou os prejuízos da tragédia. Por telefone, ele informou que o local onde o fogo teria iniciado já é conhecido, mas a prioridade é apagar as chamas. “É nítido o local onde o fogo começou. Vamos notificar a propriedade depois, mas, agora temos que apagar esse fogo”.

Foram totalmente destruídas 20 casas e 10 indústrias, mas, como o fogo ainda não foi controlado, os números podem subir. Cabeças de gado das propriedades próximas também morreram. O número oficial ainda não foi divulgado. A concessionária de energia de Mato Grosso cortou o fornecimento de energia no Distrito Industrial, localizado a 2 quilômetros da cidade, e no vilarejo de Analândia. No local existem marcenarias, serrarias e laminadoras, além de colônias de moradores que são os proprietários desses estabelecimentos. A sede de Marcelândia também ficou sem luz por meia hora. O risco iminente de explosões na rede de energia motivou o desligamento.

A cidade que conta com pouco mais de 15 mil habitantes se mobilizou. O comércio fechou as portas e, em poucos minutos, muitos moradores se juntaram às equipes do Corpo de Bombeiros, Ibama e Polícia Militar formando um contingente de combate com mais de 100 homens. Um helicóptero do Centro Integrado de Operações Especiais (Ciopaer) fez sobrevoos na região e auxilia a cidade.

Mesmo em meio à tragédia, o município ficou impossibilitado de decretar estado de emergência. Sem contar formalmente com a Comissão Municipal de Defesa Civil (Comdec), órgão responsável por atestar estragos e riscos em situações de tragédia, o município ficou de mãos atadas. Segundo informações do major Paulo da Silva, coordenador da Gestão do Fogo da Defesa Civil, sem o Comdec, o decreto não será reconhecido. “Eles podem até decretar o estado de emergência, mas não será aceito”. Ainda no fechamento da reportagem, representantes da sociedade civil se preparavam para formar a comissão que, de forma emergencial, seria confirmada em decreto municipal. Estabelecido oficialmente, o órgão poderá solicitar recursos na Secretaria Nacional de Defesa Civil. Dos 141 municípios mato-grossenses, 20 ainda não possuem a referida comissão. Os desabrigados ficarão alojados de forma temporária no Salão Paroquial de Marcelândia. Outro município que decretou estado de emergência é Peixoto de Azevedo (691 quilômetros). A Defesa Civil já atua na situação.






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