Substância encontrada no chá verde pode combater erosão dentária
Uma substância encontrada no chá verde pode ajudar a desenvolver um composto eficaz contra a erosão dentária, segundo um estudo realizado na FOB (Faculdade de Odontologia de Bauru). A informação foi publicada no site da Agência USP.
Os pesquisadores testaram a eficácia da catequina, um fitonutriente de ação antioxidante encontrado no chá verde, como inibidora das MMPs (metaloproteinases da matriz), enzimas responsáveis pela erosão da dentina, a camada mais interna do dente. Em casos mais avançados, a dor e a sensibilidade são os principais sintomas do problema.
Segundo a professora que coordenou o estudo, Marilia Buzalaf, do Departamento de Ciências Biológicas da FOB, a MMP é ativada pelo pH ácido encontrado em em alguns alimentos e líquidos consumidos.
"A mudança nos hábitos alimentares da população contribui para a erosão dentária. Ela é causada principalmente por ácidos de origem não-bacteriana presentes em refrigerantes, sucos e frutas ácidas, além dos ácidos de origem gástrica", descreve.
Os ácidos dos alimentos e bebidas atingem a dentina, que é composta basicamente por um mineral chamado apatita e pelo colágeno. "O ácido dissolve a apatita e atinge o colágeno, ativando as MMPs presentes na dentina", explica a coordenadora.
Uma das substâncias testadas pelos pesquisadores como inibidora de MMPs é a EGCG epigalocatequina galate, um flavonoide que também é encontrado no chá verde.
Um dos objetivos dos estudos é desenvolver um gel que amenize o processo da erosão. Os pesquisadores produziram geis contendo inibidores de MMPs e aplicaram sobre a dentina, que foi submetida a desafios ácidos, principalmente com refrigerantes.
Eles criaram três tipos de geis: um à base de EGCG; outro à base de cloraxidina (um inibidor de MMPs que também tem atividade antimicrobiana); e um terceiro à base de sulfato ferroso.
"Nos três casos os resultados foram satisfatórios. Bastou que o gel ficasse um minuto em contato com os modelos dentários para que houvesse a inibição das MMP, com prevenção total da erosão nos desafios ácidos subsequentes. O efeito durou por cerca de cinco dias", conta Buzalaf.
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