Críticos do BNDES têm "dor de cotovelo", diz Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou hoje a defender os empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e atribuiu as críticas às destinações das verbas, que beneficiam mais as grandes empresas, à "dor de cotovelo de uma meia dúzia que faz barulho".
"O BNDES é um banco lucrativo. Só os dividendos ao Tesouro já cobrem os subsídios dados ao banco. E, além de tudo, tem uma inadimplência baixa", afirmou, defendendo ainda o fato de o banco acabar privilegiando as grandes empresas.
"É normal em qualquer lugar do mundo essa concentração nas grandes empresas. Mas qualquer empresa que apresentar um bom projeto pode ser contemplada com financiamento. O BNDES emprestou R$ 30 bilhões a pequenas e médias empresas e financia mais de 400 mil projetos. É normal que um grupo líder no setor receba mais", disse Mantega.
Segundo o ministro, o banco desempenhou uma função importante na implementação de políticas anticíclicas usadas no combate à crise econômica mundial.
De acordo com Mantega, não fosse a atuação do BNDES na concessão de crédito, somada a medidas como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido e programas como o Minha Casa, Minha Vida, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil poderia ter tido uma retração de 2,5% a 3% no ano passado.
"O mercado de crédito privado estava retraído. Sem os desembolsos do BNDES, também haveria queda no investimento das empresas e isso poderia levar a um recuo no emprego e na renda. Não podíamos permitir a retração forte do PIB e conseguimos fazer isso", afirmou.
INFLAÇÃO
O ministro também afirmou que a inflação está controlada no país. Segundo as projeções da Fazenda, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve encerrar o ano com avanço de 5,2%, acima do centro da meta para o ano, de 4,5%. "Eu afirmava que não tínhamos uma inflação de demanda, apenas um choque de oferta de alguns produtos", afirmou.
Mantega ainda comemorou alguns bons indicadores divulgados pelo Ministério e destacou a ampliação dos investimentos, que superaram os gastos com o custeio da máquina pública pela primeira vez desde a base histórica apresentada, iniciada em 2001, além do surgimento de uma poupança do governo.
Segundo ele, não fosse a crise econômica, o governo conseguiria marcar o terceiro ano consecutivo de formação de poupança.
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