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Saúde
Terça - 10 de Agosto de 2010 às 09:42
Por: Camila Neumam

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Reprodução

Uma mulher de Goiânia está grávida de cinco bebês de uma só vez sem ter se submetido a nenhum tipo de tratamento de fertilidade. O caso da costureira Rosivan Rodrigues da Silva é considerado raríssimo, já que a chance de uma mulher ter cinco bebês de uma vez é de uma em 40 milhões. Segundo os médicos consultados pelo R7, a gravidez múltipla além de rara, implica uma série de riscos, desde o simples aumento de estrias, até o nascimento prematuro e hipertensão e diabetes na gestante.

A gravidez múltipla acontece quando a mulher tem várias ovulações em vez de uma. Assim, os óvulos fecundam mais de um espermatozoide que dão origem a mais de um bebê.

Alguns fatores genéticos, de idade e mesmo de raça fazem algumas mulheres terem mais predisposição à gravidez múltipla, segundo o ginecologista Eduardo Sérgio Borges da Fonseca, presidente da Comissão de Medicina Fetal da Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia).

- Mulheres no extremo da vida reprodutiva, ou seja, adolescentes ou mulheres acima dos 35 anos, que têm história de gêmeos na família ou que tomam indutores de ovulação, têm mais chances de engravidar de mais um filho.

Nestes casos específicos, o ginecologista explica que o histórico familiar só se aplica se os casos de gêmeos virem da família de mãe.

A ciência atribui também uma maior predisposição entre mulheres negras, de acordo com Fonseca, por algum problema de ovulação ou mesmo pela alimentação proveniente de raízes, como a mandioca, rica em hormônio, vindo de tempos mais antigos.

Assista à reportagem sobre a gravidez quíntupla.

 

 

Veja outros riscos que este tipo de gravidez corre

O ginecologista Abner Lobão Neto, do Departamento de Obstetrícia e Pré-Natal Personalizado da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) aponta ainda outros problemas comuns à gestação de vários bebês. 

- Mulheres pequenas, por exemplo, que esperam por vários bebês podem ter dificuldades de respirar, porque o útero cresce e empurra o diafragma que comprime os pulmões. Além disso, os bebês tendem a nascer prematuros e com baixo peso.

O médico ainda aponta riscos de transfusão feto fetal, ou seja, quando a passagem de sangue entre a mãe e os bebês fica comprometida, fazendo com que haja uma diferença muito grande de tamanho entre os fetos. Nestes casos, o menorzinho tem mais dificuldade de sobreviver na barriga ou mesmo depois de nascido.

Outro agravante é o peso da barriga, que dificulta movimentos básicos, como andar, aumentando as chances de trombose, e mesmo hemorragia diante do aumento muito maior do que o normal do útero. Nestes casos, os médicos recomendam repouso.

Acompanhamento médico é fundamental

O ginecologista da Unifesp frisa que apesar de ser uma gestação de risco, ela pode ser bem sucedida quando a gestante tem acesso a um pré-natal de qualidade. A recomendação é que uma equipe de várias especialidades como ginecologista, fisioterapeuta e nutricionista, acompanhe a gestante durante os nove meses, além de ter uma boa retaguarda ambulatorial e hospitalar. 

- O ideal é fazer um pré-natal muito bem feito, com acompanhamento muito próximo e com todos os cuidados preventivos, além de planejar bem o dia do parto.

Acompanhar a pressão arterial e a alimentação da gestante também é muito importante durante toda a gestação, segundo o ginecologista da Febrasgo.

- O mais importante é manter o controle médico adequado, sempre avaliando a idade gestacional, a pressão controlada e mantendo uma boa alimentação, com mais proteínas e uma taxa de vitaminas, ferro e ácido fólico maior. 

Exercícios físicos para este tipo de gestante só é indicado se ela já for praticante. Caso contrário, o ideal é não começar nada com impacto, afirma Fonseca.

- A gente não aconselha que ela faça uma atividade que nunca fez, mas pode fazer uma caminhada, uma hidroginástica, desde que perceba seu limite. Mas também não aconselhamos o repouso absoluto porque aumenta o risco de trombose.





Fonte: do R7

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