Mesa vai postergar saída de Riva; vaga deve ficar com Duda Barros
Mesmo com José Riva cassado e com a Mesa Diretora já comunicada oficialmente sobre essa decisão do TRE, o cacique do PP vai permanecer como presidente da Assembleia possivelmente durante toda a semana. Para deixar o cargo, a presidência do Legislativo mato-grossense, controlada pelo próprio Riva, precisa seguir todo um ritual, cuja velocidade depende de uma série de interesses pessoais.
Como nenhum dos 24 deputados quer a saída de Riva, muitos menos os membros da Mesa, nem mesmo o vice-presidente Mauro Savi que seria beneficiado com cargo de comando do Legislativo, o comunicado em plenário da perda do mandato para convocação do suplente vai sendo postergado. Riva, por sua vez, joga pesado pela reconquista do mandato nas urnas de 3 de outubro, inclusive com projeção de chegar a 100 mil votos. Já que ele está elegível, pode disputar o pleito e só deve ficar fora do cargo por seis meses.
Mesmo assim, a estratégia do deputado cassado e evitar a vacância do cargo até conseguir êxito com o recurso impetrado no TSE. Além disso, nenhum dos suplentes imediatos, ao menos publicamente, revela interesse em substituir o deputado que, desde quando chegou à Assembleia, na década de 1990, nunca mais deixou de ocupar os cargos mais importantes da Mesa. Ora responde como primeiro-secretário, ora como presidente. Assim, controle um duodécimo mensal de R$ 18 milhões.
O suplente imediato para ocupar a vaga de Riva, que foi cassado por causa de um processo de compra de votos em 2006 em Santo Antonio de Leverger, é o vereador por Sinop e apresentador de TV Gilson de Oliveira. Este já avisou, porém, que, em solidariedade ao principal líder político do seu partido, não vai assumir o cargo. A cadeira ficaria, então, para outro vereador e apresentador de TV. Trata-se de Luizinho Magalhães, de Primavera do Leste. Este, por sua vez, tomou a mesma decisão de Gilson. Wilson Celso Teixeira, o Dentinho, que hoje exerce mandato temporariamente, também dispensou o posto.
Pelo visto, o espaço deve ser ocupado pelo sexto suplente Duda Barros, que teve 6.756 votos. Em 2006, o PP conquistou 219.348 votos, suficientes para eleger 4 deputados. Riva foi o puxador de votos com 82.799. Garantiram vagas também Campos Neto, Airton Rondina, o Português, e Maksuês Leite. Com a renúncia de Neto para ocupar o cargo vitalício de conselheiro do TCE, Antonio Azambuja virou deputado. Já o suplente Yuri Bastos foi nomeado na diretoria da Agecopa e, portanto, está impedido de assumir como deputado.
Suplentes do PP na AL com direito, pela ordem, à vaga de Riva
Yuri Bastos - não pode assumir, pois integra a Agecopa
Gilson de Oliveira - 11.165 votos
Luizinho Magalhães - 10.420
Wilson Celso Teixeira, o Dentinho - 6.819
Duda Barros - 6.756
Doglas Arisi - 3.091
Cabo Martins - 692 votos
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