Henry acusa Vidal de indeferir seu registro para se beneficiar no TJ
Revoltado com o indeferimento do seu registro de candidatura, o deputado federal Pedro Henry (PP) resolveu partir para o ataque e, sem medir palavras, fez duras acusções ao relator de seu processo, desembargador Márcio Vidal. Sem papas na língua, Henry afirmou que Vidal induziu os outros membros do Pleno ao erro, quando disse em seu relatório que ele não possuía liminar de efeito suspensivo em vigência devido a sua cassação por compra de votos em 2007. Na época, Henry e a deputada estadual Chica Nunes (DEM) foram cassados no mesmo processo e ambos se mantêm no cargo devido à liminar. Chica conseguiu o registro, enquanto Henry foi enquadrado como "ficha suja" e acabou excluído do processo eleitoral. Irritado com a situação, o parlamentar chegou a dizer que a única intenção de Vidal seria utilizar o caso dele para conseguir ser o novo presidente do Tribunal de Justiça. “ Ele (Vidal) tem que explicar isso, porque fez o meu julgamento com rigidez excessiva. Acredito que o meu caso seja utilizado para beneficiar a candidatura dele no TJ”, atacou Henry.
Hoje o TJ é presidido por José Silvério Gomes e a escolha do novo presidente ocorre em outubro. Para disputar a vaga são necessários vários requisitos, entre eles o de antiguidade, que não é preenchido por Vidal. Esta não é a primeira vez que o progressista, irritado com decisões que o contrariem, critique a postura da Justiça. Logo após a realização da Operação Jurupari, por exemplo, ele fez duras críticas ao juiz federal Julier Sebastião da Silva, ao procurador da República Mário Lúcio Avelar e ao ex-procurador e candidato ao Senado Pedro Taques (PDT). Desta vez, apesar de um dos pedidos de impugnação terem sido feitos justamente por Taques, Henry afirmou não acreditar que houve interferência do candidato ao Senado. Ao invés disso, ele preferiu suscitar a desconfiança em torno das intenções de Vidal e chegou até a afirmar que a mudança na postura do TRE pode ter sido motivada pela volta dos 10 juízes e desembargadores, que foram aposentados compulsoriamente pelo CNJ em fevereiro. Todos foram acusados de desviar R$ 1,5 milhão do TJ para a maçonaria. “Desde que esses juízes foram reintegrados, a postura do TRE mudou totalmente. Passei o final de semana refletindo e essa foi a única coisa que aconteceu nesse período”, alfinetou o progressista.
No último dia 31, Pedro Henry foi o primeiro político de Mato Grosso a ser “enquadrado” na chamada lei da ficha limpa. Na oportunidade, por unanimidade, o TRE indeferiu o registro do progressista, que recentemente foi condenado à inelegibilidade por três anos. Além disso, Márcio Vidal lembrou o fato de Henry ter sido cassado por compra de votos no bairro Pedra 90. “O relator me julgou de maneira tendenciosa. Houve uma dubidade de interpretação. De uma hora para outra mudou-se totalmente a forma de se encarar a lei, o que me leva a concluir que houve um fato novo ou que o julgamento foi político”.
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