BB e Bradesco compram operação de banco português na África
O Bradesco e o Banco do Brasil decidiram fazer uma aliança para iniciar atividades na África. O veículo utilizado serão as operações do português BES (Banco Espírito Santo) no continente.
Essa holding financeira terá participação dos três bancos, incluindo o português, que será sócio dos dois brasileiros. Os detalhes da operação serão anunciados nesta manhã. A operação, que neste momento é apenas um memorando de entendimentos, dependerá de estudos técnicos e jurídicos para ser concretizada.
O Bradesco é o segundo maior banco privado brasileiro e o Banco do Brasil é a maior instituição financeira do país. Ambos estão atrasados em sua política de internacionalização. O Bradesco anunciou lucro líquido de R$ 4,6 bilhões no primeiro semestre deste ano. Já o Banco do Brasil divulga nesta semana os ganhos no período --no primeiro trimestre, foram R$ 2,35 bilhões.
O Banco Espírito Santo é o segundo maior banco comercial português, com ativos totais de US$ 108 bilhões. A instituição financeira abriu capital em 1920 e, ao final do ano passado, tinha uma rede de 734 agências. Atualmente, o banco português está presente em 18 países e quatro continentes e possui participação em cinco instituições financeiras no continente africano.
ELO
O Banco do Brasil e Bradesco também anunciam hoje a entrada da Caixa Econômica Federal na bandeira Elo, lançada em abril em parceria das duas instituições.
O foco da nova bandeira é a classe C e a população não bancarizada do país. A expectativa da parceria é atingir, em cinco anos de operação, participação de mercado de 15% no setor de cartões de crédito, débito e vales.
BB
Em abril, quando iniciou ofensiva rumo ao exterior, o BB fechou a compra do controle do Banco Patagônia, da Argentina, por cerca de US$ 480 milhões.
O Banco do Brasil concluiu recentemente uma oferta primária de ações com a qual reforçou seu caixa em quase R$ 10 bilhões. No prospecto da emissão de ações, informava que os novos recursos seriam usados para fortalecer sua base de capital e também para suportar o crescimento por eventuais aquisições.
Executivos do BB vêm afirmando há meses o desejo de comprar alguma instituição financeira nos Estados Unidos para atrair imigrantes latino-americanos.
Em maio, o vice-presidente de negócios internacionais e atacado do BB, Allan Toledo, disse que não era apenas no varejo bancário norte-americano que a instituição tinha interesse, mas também no negócio de banco de investimentos, para prestação de serviços em mercado de capitais.
Naquele mês, o BB obteve aprovação do Finra (Autoridade Reguladora da Indústria Financeira, na sigla em inglês) para que subsidiária da instituição exerça atividades de "underwriting" nos mercados de ações e títulos de dívida nos EUA.
A autorização permite que a instituição, por meio de sua subsidiária Banco do Brasil Securities LLC, tenha atuação plena nas principais atividades relacionadas à distribuição de ofertas de mercado de capitais e à corretagem no país, como participar de ofertas de ações no mercado primário e operar com títulos de dívida.
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