Repórter News - reporternews.com.br
Policia MT
Domingo - 08 de Agosto de 2010 às 10:20

    Imprimir


Os promotores do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) recorreram da decisão da Justiça e pediram novamente a prisão de outros 10 envolvidos no esquema de roubo e adulteração de carretas que ficaram de fora da decisão. Ao todo, 14 pedidos de haviam sido feitos pelo MPE, mas a Justiça concedeu apenas quatro. O recurso foi apresentado na sexta-feira.

Outro pedido feio à Justiça pelo Gaeco foi pela indisponibilidade dos bens dos envolvidos para ressarcimento pelos golpes aplicados. Conforme um levantamento preliminar dos investigadores, o bando já teria lucrado, em 13 anos de atuação, pelo menos R$ 800 milhões com o esquema. O grupo, considerado um dos maiores de roubo e adulteração de veículos do país, foi desarticulado durante a Operação Dublê, divulgada na última quinta-feira.

Segundo os investigadores, o esquema era chefiado por Loidemar Silva Landefelt, o “Nico”, dono da transportadora Buruti, de Rondonópolis. Ele e outras três pessoas foram presos.

Na sexta-feira, mais um envolvido, Celso Luiz (sobrenome não foi revelado), dono da fazenda São Cristóvão, no município de Nova Ubiratã (502 km de Cuiabá), também foi preso. Ele é acusado de receptação. Segundo o MPE, sua fazenda era utilizada para esconder veículos. Lá foram encontrados um cavalo-trator e três semi-reboques. Ele foi preso em flagrante e encaminhado para Sorriso, onde está preso. Em outra fazenda do acusado, a Monte Verde, também em Nova Ubiratã, havia outro semi-reboque.

O Gaeco também informou que na sexta-feira interrogou os demais quatro integrantes do grupo que estão presos. Eles se encontram em uma unidade da Capital.

APREENSÃO - Além de documentos e computadores, duas carretas “esquentadas” foram apreendidas desde março, quando começaram as investigações em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e com uso de escutas telefônicas. Na quinta-feira, o Gaeco conseguiu apreender mais cinco veículos na região de Nova Ubiratã. Também são investigados funcionários do Departamento de Trânsito (Detran) que teriam cooperado com o esquema. Ainda não foi identificado qualquer funcionário, mas a própria Corregedoria do Detran está auxiliando o Gaeco nesta apuração.

O esquema tinha como peça fundamental Francisco Alcides de Farias, o “Paraíba”, preso em Itumbiara (GO). Relacionado a uma série de quadrilhas de roubo de carretas no país, como em Minas Gerais e Goiás, era ele quem providenciava veículos roubados para Nico.

O empresário pagava pelas “encomendas” e, em fazendas arrendadas no Estado, trocava o chassi dos veículos com a ajuda de um especialista, Joaquim de Jesus Ferreira (o “Joaque”) – Gaeco pediu a prisão preventiva dele, mas foi negada pela Justiça. Para substituir o chassi na adulteração, Nico comprava as peças de veículos acidentados que o Detran registrava como “perda total”. Por meio de um esquema dentro do órgão, ele conseguia que esses registros fossem antes trocados por “perda parcial”. A adulteração dos veículos era feita em várias fazendas que Nico foi arrendando ao longo dos anos no interior do Estado, com a alegação de que iria “criar gado”.

Entre a compra do veículo novo roubado e o chassi acidentado, Nico (também conhecido como “Biro-Biro”) gastava cerca de R$ 70 mil, mas, depois conseguia vender cada carreta adulterada por cerca de até R$ 200 mil. Além dele e de Paraíba, foram presos seus ajudantes mais próximos no esquema, Salvador Ferreira de Jesus Junior e Miguel Arcângelo Ferreira de Jesus.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/119756/visualizar/