Presidente de Honduras pede que Brasil reconheça seu governo
Presidente eleito há um ano em Honduras, Porfirio "Pepe" Lobo pediu que o Brasil e a OEA (Organização os Estados Americanos) reconheçam seu governo, citando avanços ocorridos desde o golpe que tirou do poder Manuel Zelaya. Abaixo, leia entrevista concedida por Lobo, em Bogotá, neste sábado:
Folha - O Brasil está rompido com seu país desde o golpe que tirou Manuel Zelaya do poder. Como o senhor pretende restabelecer as relações?
Porfírio Lobo - Estamos fazendo tudo o que podemos para viabilizar uma relação com o Brasil que sempre foi muito cordial. O brasileiro é um povo que gostamos muito e estamos seguros que em um curto tempo conseguiremos normalizar tudo. Sinto que as diferenças que possam existir, as inquietudes que possa ter o governo do Brasil, de pronto eu possa resolver para que tenhamos uma relação muito fluida.
Desde sua posse, o presidente Lula não fala com o senhor. Isso lhe incomoda?
Não conheço ele. Ontem [sexta-feira à noite, no jantar de despedida do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe] nos sentamos muito distantes na mesa. Por isso, não tive oportunidade de saudá-lo.
O senhor pretende pedir uma conversa com o presidente Lula?
Estamos dispostos a fazer o que for necessário para facilitar esse processo de reinclusão de Honduras na OEA (Organização dos Estados Americanos).
O Brasil está sendo intransigente em não reconhecer seu governo?
Não, não. Vamos resolver.
Uma das condições que o Brasil impõe para reconhecer seu governo é garantir a Zelaya a retomada de seus direitos políticos. O senhor pretende dar essa garantia?
Está há tempos restabelecido. Ele não perdeu nada. Pode voltar [a Honduras] quando ele quiser. Eu me ofereci pessoalmente a ir atrás dele e que entre comigo em Honduras.
A OEA não reconhece seu governo.
Pensam que não há um novo presidente. Mas tenho a solidariedade de todos os hondurenhos. Estou fazendo tudo, buscando com a oposição e com o povo a paz e a reconciliação nacional. Temos cumprido os acordos e mantendo todos os diálogos possíveis.
Quando o senhor acha que a OEA vai reconhecer seu governo?
Espero que o mais rápido possível.
O governo brasileiro alega que sua eleição não foi legitimada porque foi fruto de um golpe.
Não sabem. Não conhecem o processo eleitoral. Minha eleição foi a oitava que tivemos depois das ditaduras militares.
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