Para Aprosoja/MT, juros inviabilizam renegociação
A incidência de juros altos ainda é um complicador nas renegociações das dívidas rurais. Após a publicação da Resolução 3.888 do Banco Central (BC), no dia 30 de julho, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) realizou consulta informal junto aos produtores, que alegam ter dificuldade em pagar os juros, que em alguns casos chegam a R$ 100 mil.
Para prorrogar o pagamento das parcelas vencidas e não-pagas das operações de investimento realizadas com recursos do BNDES/FAT o produtor terá de pagar os juros, que não foram incluídos na Resolução. No caso do Finame, o encargo é cobrado sobre o valor do capital e não sobre o valor da parcela. O agricultor que tem hoje uma dívida corrigida para R$ 800 mil pagará R$ 100 mil de juros.
“Reconhecemos o empenho do governo federal em rever a resolução anterior que abrangia o período das parcelas vencidas a serem renegociadas, mas todos sabem da dificuldade do produtor em conseguir recursos nesse momento em que os preços da soja no mercado não atingem um patamar mínimo para gerar rentabilidade ao produtor”, afirma o presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira da Silva.
A Resolução 3.888 autorizou os bancos a renegociarem as parcelas vencidas e não-pagas entre 1º de janeiro de 2009 e março de 2010. O produtor terá até o dia 30 de novembro deste ano para pedir a prorrogação e terá de comprovar a incapacidade de pagamento.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou circular autorizando os agentes financeiros a incluírem nas renegociações as parcelas já prorrogadas anteriormente.
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