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Economia
Sábado - 07 de Agosto de 2010 às 08:04
Por: Marianna Peres

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A construção civil no Estado mantém ritmo acelerado. Mão-de-obra e insumo básicos ainda não atendem à demanda pontual
A construção civil no Estado mantém ritmo acelerado. Mão-de-obra e insumo básicos ainda não atendem à demanda pontual

O metro quadrado da construção civil em Mato Grosso apresenta a maior inflação entre todos os estados brasileiros ao passar de R$ 703,62 em junho para R$ 750,41 em julho, alta mensal de 6,65%. Enquanto em junho o Estado era destaque por apresentar o menor índice da região Centro-Oeste e o oitavo mais acessível do Brasil, fatores localizados relativos à escassez de insumos básicos e de mão-de-obra qualificada para atender à demanda do segmento causaram a reviravolta nos números. Depois de Mato Grosso, as maiores altas foram observadas no Paraná (4,89%) e Acre (4,01%).

Em relação ao custo do metro quadrado, Mato Grosso apresenta o 20° índice. O mais caro está no Rio de Janeiro, R$ 835,95.

De acordo com dados do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgados ontem pelo IBGE, enquanto Mato Grosso contabilizou inflação mensal de 6,65%, na região Centro-Oeste a alta foi de 2,26% e no Brasil, 0,74%. A região apresenta atualmente a maior inflação acumulada no ano (janeiro a julho), 7,61% e nos últimos 12 meses, 9,33%. Apesar das altas acima do registrado no Brasil, o Centro-Oeste tem o segundo melhor custo da construção civil, R$ 736,77, atrás apenas do consolidado na região Nordeste, o menor do país: R$ 704,38.

Conforme o IBGE, a alta no Estado é fruto dos reajustes salariais decorrentes de acordos coletivos. Porém, no mercado a escalada da inflação reflete a alta nos preços de materiais considerados básicos, como cimento e tijolos. Outro fator que explica a elevação é a explosão da construção civil e a consequente falta de mão-de-obra qualificada.

ANÁLISE - “Em comparação com 2009, o valor do metro quadrado quase dobrou no Estado e isso é reflexo da escassez de mão-de-obra qualificada para o segmento da construção civil”, observa o proprietário da Verdão Materiais para Construção, Wenceslau Júnior. Como ele aponta, muitas empreiteiras estão trazendo pessoal de outras regiões do país e, na ponta do lápis, isso encarece o custo final do produto, ou seja, as construções.

O presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Mato Grosso (Acomac/MT), Antônio Guerino Zompero, também cita a escassez de material humano nos canteiros de obras pelo Estado, porém ele crê que o diferencial do mês julho foi a elevação dos preços do cimento e dos tijolos, “ambos promovidos pela escassez dos produtos em um cenários de forte consumo”. Ele lembra que por algumas semanas o preço da saca de cimento que podia ser encontrada por cerca de R$ 18 e R$ 19, chegou a R$ 27, incremento de mais de 40%. O tijolo passou de R$ 290 o milheiro para R$ 430, elevação de quase 50%.

“A construção de casas do programa do governo federal ampliou a demanda por estes produtos que são básicos neste tipo de obra que leva areia, cimento, tijolo e telha. Qualquer desequilíbrio entre oferta e demanda altera o mercado”.






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