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Cidades/Geral
Sexta - 06 de Agosto de 2010 às 20:02

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Com o objetivo de contribuir para a resolução de problemas de falta de disciplina nas escolas do município de Nova Santa Helena, distante 622 Km de Cuiabá, o Ministério Público de Mato Grosso lançou, nesta quinta-feira (05/08), o projeto "MP Restaurativo: Dialogando na Escola". Ao invés de estabelecer sanções para fatos corriqueiros praticados pelos adolescentes, o projeto estimula o diálogo no ambiente escolar.

“Um dos objetivos da proposta é auxiliar os educadores a conquistarem o respeito e prestígio de sua função, resgatando a ideia do professor como verdadeiro agente de transformação social. Mas o principal intuito é incentivar a sociedade a resolver, por si só, e de maneira dialética, os seus problemas, em seu próprio ambiente”, ressaltou o Promotor de Justiça Washington Eduardo Borrére.

Segundo ele, a resolução dos conflitos passa necessariamente pela realização de círculos restaurativos no ambiente escolar. “O círculo restaurativo é um espaço de poder compartilhado, onde as pessoas chegam de livre e espontânea vontade, onde ninguém é culpabilizado, e onde os participantes assumem responsabilidades e chegam a um acordo que restaure a relação rompida”, explicou o Promotor de Justiça.

Durante esses círculos, conforme o representante do MPE, três fases são observadas. Primeiro, o adolescente tem a oportunidade de explicar e justificar a sua conduta. Na sequência, os facilitadores possibilitam ao aluno refletir sobre o que fez, por que fez e quem foi afetado, para que ele tome consciência dos seus atos e adote um comportamento diferente.

“Por último, ao contrário do conceito puramente retributivo, em que se procura tão somente aplicar uma penalidade face ao desvio de conduta, indaga-se ao infrator de que forma ele poderá reparar o dano causado”, acrescentou.

Para Borrére, embora seja um instrumento eficaz para solução de conflitos, o diálogo tem sido relegado a segundo plano na sociedade atual. “Nossos jovens têm se desenvolvido em ambientes extremamente conflitantes, em que a conversa, o diálogo horizontal, é simplesmente inexistente”, destacou.

O projeto, conforme o Promotor de Justiça, começou a ser desenvolvido no município de Nova Santa Helena, mas será expandido também para outras cidades da região. “Estamos programando um simpósio regional, no final deste ano, para discussão dos trabalhos desenvolvidos, trocas de experiências e melhorias na implementação do projeto”, assegurou.






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