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Sexta - 06 de Agosto de 2010 às 16:21

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O estudante do Programa de Pós-Graduação em Geografia, Helton Luiz da Silva Campos, apresentou sua dissertação, cujo título é ´´Assentamentos Rurais desmatam mais do que outras propriedades rurais em Mato Grosso? Verdade ou mito? - Um diagnóstico do desmatamento em assentamentos rurais localizados na biota amazônica no período de 1995 a 2007´´.

Helton pesquisou, durante todo o tempo do mestrado, uma área que corresponde a 54% do estado. Na biota (conjunto de seres e vegetação de uma região) estudada pelo pesquisador, 153 Projetos de Assentamentos (P.A) foram selecionados para a análise, que tinha como um dos critérios a exigência de que estes fossem implantados depois de 1995, porque antes disso os assentamentos tinham caráter colonial, não de reforma agrária, explicou o professor Eduardo Paulon Girardi, do Departamento de Geografia da UFMT e integrante da banca avaliadora.

O mestrando também optou por selecionar apenas os assentamentos que estão inseridos no bioma amazônico, têm limite definido e são caracterizados como convencionais. Uma das constatações da pesquisa foi de que a grande maioria desses assentamentos analisados já tinha algum índice de desmatamento no ano em que foram criados.

Somente três dos 153 assentamentos rurais não apresentavam áreas desmatadas ao serem formados. Os demais apresentam variações, sendo 44% deles com área desmatada entre 1 e 25%, outros 20% entre 26 e 50% e  36% dos assentamentos ultrapassaram a marca de 50% do território desmatado.

Conclusão

Por fim, Helton apresenta os resultados com relação ao desmatamento em todo o estado entre os anos compreendidos pela pesquisa - 1994 a 2007 - comparando os números entre Projetos de Assentamentos, terras indígenas ou Unidades de Conservação, e o que chamou de ""outras regiões"" (latifúndios, pequenas cidades etc.).

Concluiu que ""os desmatamentos ocorridos em Terras Indígenas (0,90%) e P.A (2,39%) correspondem, a uma mínima parte do total de área desmatada na Biota"". Ou seja, de toda a área desmatada, apenas 6% corresponde a intervenção dos assentados e 3% de índios ou deflorestamento de Unidades de Conservação. De acordo com a pesquisa de Helton, 91% da da área desmatada em Mato Grosso está localizada em partes que não são assentamentos nem reservas indígenas.

De qualquer maneira, os 6% de desmatamento atribuídos aos assentamentos são significativos, pois segundo o professor Eduardo Girardi, a Reforma Agrária seria efetiva se toda a terra já desmatada fosse repartida e, só depois desse processo, se necessário, haver avanço por outras áreas. O professor também destacou que não há um controle rigoroso dos órgãos competentes nos assentamentos.

O trabalho foi orientado pelo professor Hugo José Scheuer Werle, doutor em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da UFMT. Também participou da banca examinadora o professor Deocleciano Bittencourt Rosa, que é livre-docente pela Université de Rennes II e também professor da UFMT.

O professor Eduardo Girardi é doutor em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e atua principalmente nas áreas de Geografia Agrária, Cartografia Geográfica e Geografia Regional.





Fonte: TVCA

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