Justiça revoga prisão de Mizael, suspeito de matar Mércia Nakashima
A desembargadora Angélica de Almeida suspendeu nesta quinta-feira a prisão preventiva do advogado e policial militar reformado Mizael Bispo de Souza, suspeito de matar a ex-namorada, a advogada Mércia Nakashima, 28. O advogado Samir Haddad Junior entrou na quarta-feira (4) com pedido de habeas corpus.
O carro da advogada foi encontrado no dia 10 de junho em uma represa em Nazaré Paulista (64 km de SP), após indicação de um homem que viu o veículo ser empurrado enquanto pescava. No dia seguinte seu corpo foi encontrado no mesmo local, após ela ter ficado desaparecida por 17 dias.
Fabio Braga-4.jun.10/Folhapress |
Mizael Bispo de Souza, denunciado pela morte da ex |
"A presença de fortes indícios de autoria e materialidade do fato, tendo em vista a natureza processual ou instrumental da custódia preventiva, não basta para a decretação da medida extrema", afirmou a desembargadora na sentença. Em outro trecho, ela diz que "a repercussão do delito, no meio social, não constitui fator determinante a autorizar a prisão preventiva".
Almeida é a mesma juíza que negou a liberdade para o vigia no dia 26 de julho. Silva está preso desde 9 de julho, quando foi encontrado pela polícia em Sergipe.
No pedido de liminar, o defensor do policial reformado diz que o pedido de prisão é improcedente. "Falta fundamentação, ele [promotor Rodrigo Antunes] só fez alegações genéricas, usou do clamor público, comparou com o caso Nardoni. Ele não falou de nenhum requisito que Mizael tenha desrespeitado para pedir sua prisão", argumenta Haddad Júnior.
A prisão preventiva de Mizael e do vigia Evandro Bezerra da Silva, que já está detido, foi decretada pelo juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano na terça-feira (3).
Mizael foi acusado de homicídio triplamente qualificado, mas desde o início das investigações nega qualquer envolvimento com o crime. O vigia, acusado pela polícia de ajudar Mizael, foi denunciado por homicídio duplamente qualificado. Silva chegou a falar, em depoimento à polícia, que combinou de ir buscar Mizael na represa de Nazaré Paulista no dia 23 de maio --data de desaparecimento de Mércia--, mas depois mudou a versão e negou envolvimento com o crime.
Esta é a segunda vez que a prisão de Mizael é revogada. No mês passado, o juiz Jayme Garcia dos Santos Junior negou pedido de manutenção da prisão temporária do advogado.
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