Tribunal tem até esta quinta-feira para julgar ações de impugnação contra Roriz
Ficha Limpa ameaça líder nas pesquisas para governo do DF
Depois da grave crise política, o Distrito Federal tem nas urnas um candidato com quase 40% de preferência, mas ameaçado pela Lei da Ficha Limpa. Joaquim Roriz (PSC) enfrenta batalha no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para ser governador pela quinta vez e corre o risco de ser barrado.
Se as eleições no Distrito Federal fossem hoje, Roriz ganharia com 38% dos votos. Em segundo lugar, está o ex-ministro dos Esportes Agnelo Queiroz (PT) com 27%, segundo a pesquisa Ibope divulgada na última sexta-feira.
Na semana passada, a coligação de Roriz, Esperança Renovada (PSC, PP, PR, DEM, PSDC, PRTB, PMN, PSDB e PTdoB) apresentou as alegações finais contra a impugnação, proposta pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Os advogados alegam que a Lei da Ficha Limpa não pode ser aplicada às eleições deste ano porque o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já havia decidido contra Roriz antes de outubro de 2009.
Mas, como Roriz renunciou ao mandato de senador pelo PMDB em 2007 para evitar a cassação, o Ministério Público entende que sua candidatura pode ser barrada se a Justiça Eleitoral compreender que seu caso se encaixa nas restrições da nova lei. Caso seja condenado pelo TRE – que tem até o dia 5 de agosto para anunciar a decisão -, ele ainda pode recorrer ao TSE e ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Na época, ele foi acusado por quebra de decoro parlamentar depois da publicação de conversas obtidas por grampo telefônico durante a operação Aquarela, da Polícia do DF.
Na gravação, Roriz negocia com o então presidente do Banco de Brasília, Tarcísio Franklin de Moura, a partilha de R$ 2,2 milhões, que seria realizada no escritório do dono da companhia aérea Gol, Nenê Constantino. Em sua defesa, Roriz negou que tenha recebido a quantia de Nenê, confirmando apenas um empréstimo de R$ 300 mil do empresário para comprar uma bezerra. Os outros envolvidos na conversa também negaram irregularidades.
O principal adversário de Roriz na corrida eleitoral também aguarda decisão da Justiça Eleitoral. O PTdoB entrou com ação de impugnação à candidatura de Agnelo Queiroz apontando problemas do petista com o TCU (Tribunal de Contas da União). Agnelo, em sua defesa, deve apresentar uma certidão do tribunal dizendo que não há irregularidades.
Também disputam o Palácio do Buriti Toninho do PSOL, Eduardo Brandão (PV), Frank Svensson (PCB), Newton Lins (PSL), Ricardo Machado (PCO) e Rodrigo Dantas (PSTU).
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