Em reação ao governador, Pivetta dispara e diz que o ex-deputado assinou cheques na AL sem pudor e transparência, virou rei da comunicação, sem declarar rádios e TVs e lembra de rombo das máquinas
Pivetta nega atitudes suspeitas e acusa Silval de rombo milionário

O deputado e empresário Otaviano Pivetta (PDT), candidato a vice-governador da chapa de Mauro Mendes (PSB), e o governador Silval Barbosa, que busca a reeleição pelo PMDB, começaram a trocar farpas e lançar acusações mútuas nesta segunda (2), a 15 dias do início do horário eleitoral. Pivetta voltou a acusar o peemedebista de usar a máquina para tentar a reeleição e foi duro ao rebater as críticas disparadas por Silval. Em entrevista ao RDNews, o governador disse que Pivetta está equivocado quando aponta uso da máquina na campanha e que o deputado "não foi bom prefeito de Lucas do Rio Verde e nem bom parlamentar" e que é "autor de atitudes suspeitas" e que "sempre provocou tumulto por onde passou", numa referência ao Caso Cooperlucas (Cooperativa Agrícola de Lucas do Rio Verde), que, há 13 anos, deu calote superior a R$ 200 milhões junto ao Banco do Brasil nas operações de Empréstimo (EGF) e de Aquisição (AGF) do governo federal. Na época, Pivetta era prefeito.

O deputado disse que, para ele, o Caso Cooperlucas nunca existiu porque, sequer, foi intimado pela Justiça para prestar depoimento. "Nunca tive uma denúncia formal contra mim sobre esse caso". Segundo Pivetta, "de caso concreto, existe uma condenação que inclui entre os indiciados dois até então membros da cúpula do PMDB, sendo um (Paulo Bezerra), irmão do presidente regional do partido e deputado federal Carlos Bezerra. "É possível que o senhor Silval tenha conhecimento profundo do que aconteceu na Cooperlucas e que pode ser que tenha recebido ajuda de campanha, já que os condenados eram da cúpula do seu partido".

Sobre o comentário do governador de que, por onde passou provocou tumulto, Otaviano Pivetta disse ter história de quase 30 anos de trabalho para o engrandecimento do Estado, gerando direto e indiretamente mais de 10 mil empregos. Em seguida, pergunta: "Gostaria de saber quantos empregos ele (Silval) criou em Mato Grosso?". De acordo com Pivetta, "Silval, neste curto mandato tampão, deu sinais para que veio, causando grande tumulto na coordenação da compra das máquinas superfaturadas". "No primeiro grande programa que ele coordenou deixou um rombo de R$ 45 milhões aos cofres públicos. Isso, sim, é que é tumulto".

Sucessor e patrimônio

Pivetta declarou ainda que o peemedebista vai receber de Lucas do Rio Verde nestas eleições o que merece conforme está demonstrando à frente do Palácio Paiaguás. "O povo de Lucas é politizado". Rebate também as críticas de que não fora bom prefeito, enfatizando que se elegeu e garantiu novo mandato e também chegou ao cargo de deputado com mais de 70% dos votos dos eleitores do município. "Pegamos, em 1997, a currutela chamada Lucas do Rio Verde, na beira da BR-163 e entre Nova Mutum e Sorriso e, em 2004, entregamos para meu vice e prefeito eleito a melhor cidade para se viver em Mato Grosso", comentou o candidato a vice-governador. "Além de eu ter feito transformações extraordinárias como prefeito, me preocupei em deixar um sucessor de gabarito para tocar o município, coisa que o meu amigo Blairo Maggi não conseguiu fazer no governo do Estado".

Lembrou ainda que até por ter passado despercebido pela Assembleia, mas conseguiu viabilizar o programa MT Legal, enquanto Silval, nos quatro anos em que atuou no Legislativo e foi presidente e primeiro-secretário da Mesa Diretora, assinou cheques sem o mínimo de pudor e transparência.  Ainda numa referência ao governador, Otaviano Pivetta disse que esta campanha será oportuna para "o povo saber quem é o rei da comunicação do Nortão, que até agora está blindado". Afirma ser curioso percorrer a região e descobrir que a maioria das rádios e emissoras de TV pertencem a Silval e mais intrigante é saber que "não estão declaradas nos bens" do peemedebista. "Suspeita é ele (Silval), que movimentou milhões da Assembleia e aparece para o público como dono de várias emissoras, sem declará-las".