Telefónica tenta repatriar US$ 1,8 bi em dividendos da Venezuela
A espanhola Telefónica insistiu nesta segunda-feira em repatriar cerca de US$ 1,8 bilhão em dividendos procedentes de sua filial na Venezuela, após admitir, na semana passada, que diminuíram as expectativas de recuperá-los desde o começo do ano.
A Venezuela é um dos negócios mais rentáveis da Telefónica, mas a capacidade da unidade venezuelana de gerar lucros contrasta com a dificuldade de retirá-los do país devido ao controle de câmbio imposto em 2003 pelo presidente Hugo Chávez.
"Confiamos que o governo --que é quem tem que aprovar a repatriação de dividendos -- reconheça o esforço da Telefónica", disse a jornalistas o presidente da filial local, Juan Antonio Abellán.
"A repatriação de dividendos é uma mensagem positiva para o mercado se a Venezuela quer que hajam outros investimentos estrangeiros", acrescentou.
Nos últimos três anos, a Telefónica conseguiu repatriar cerca de 550 milhões de dólares de sua unidade venezuelana. No entanto, ainda não recebeu autorização para transferir outros 1,8 bilhão de dólares.
"Já começa a ser uma preocupação, sobretudo para os mais de 1,5 milhão de acionistas", disse Abellán.
Antes da desvalorização decretada por Chávez em janeiro deste ano --estabelecendo dois tipos de câmbio, de 2,60 bolívares por dólar e de 4,30 bolívares por dólar-- a Telefónica acumulava cerca de US$ 3 bilhões.
Na semana passada, o responsável de finanças da Telefónica Espanha, Santiag Fernández, disse que as expectativas de poder repatriar os dividendos venezuelanos da companhia "caíram desde o início do ano".
Na última quinta-feira, a Telefónica informou uma alta de 9,4 % no lucro do primeiro trimestre, para 3,8 bilhões de euros, acima do esperado por analistas, devido ao crescimento de seus negócios na América Latina, compensando as perdas na Europa.
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