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"Amarelinhos" são acusados de abusar nas multas e apreensão; bares fecharam mais cedo
Comerciantes reclamam de prejuízo após ação da SMTU
MidiaNews
Para comerciantes, clientes e moradores, os amarelinhos abusaram nas multas e na apreensão dos carros, na Praça Popular
Comerciantes da Praça Popular, em Cuiabá, fecharam as portas mais cedo na noite de quinta-feira (15), após uma ação dos agentes de trânsito da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTU) resultar no recolhimento de, pelo menos, seis carros para o pátio da pasta.
A ação dos "amarelinhos" teve início por volta das 23h30 na região, conhecida como ponto noturno de encontro dos cuiabanos, por concentrar vários bares e restaurantes.
O gerente de um dos bares da praça – que prefere não ser identificado – relatou ao MidiaNews que os agentes agiram com o apoio de carros de guincho e da Polícia Militar.
Ao começarem a multar os carros estacionados de forma irregular e ordenarem a remoção imediata dos veículos, muitos clientes deixaram os estabelecimentos para tentar impedir que seus carros fossem recolhidos.
Uma grande discussão teve início nas proximidades do Restaurante Haru, por exemplo, quando um cliente chegou a ser ameaçado de prisão por um policial militar, por tentar remover seu veículo antes que ele fosse guinchado.
O gerente, que filmou e fotografou toda a confusão, lamentou a situação e afirmou que abordagem dos agentes foi “arbitrária” na região.
"Eles chegaram agindo com truculência, com respaldo de policiais militares, distribuindo multas e ordenando aos guinchos que recolhessem os veículos" “Eles chegaram agindo com truculência, com respaldo de policiais militares, distribuindo multas e ordenando aos motoristas dos guinchos que recolhessem os veículos, mesmo com as pessoas presentes e querendo remover o carro do local proibido”, disse.
O gerente afirmou, ainda, que nem todos os carros multados foram removidos e que muitos clientes deixaram os estabelecimentos e foram embora, após a ação, por medo de também terem seus veículos guinchados.
“Eles começaram autuando os motoristas em uma rua. Até a cantora da casa noturna onde trabalho foi autuada, mas o carro dela não foi levado. De repente, os caminhões de guincho entraram na outra rua [Ditado Popular] pela contramão, estacionaram e começaram a recolher os carros, sem que os agentes autuassem os clientes”, afirmou.
Num vídeo, é possível ver a discussão entre um empresário que mora na Praça Popular e que estava tendo seu carro guinchado e os agentes de trânsito.
“É ilegal isso. Faz 20 anos que eu moro aqui e nunca vi isso. Se quiser multar, multa. Mas, não vão levar meu carro. Se eu estou de corpo presente, tenho que ser autuado”, reclamou o cliente.
Segundo um dos agentes filmados pelo gerente, a ação é corriqueira e já havia sido iniciada nas ruas paralelas ao Goiabeiras Shopping Center, no bairro Duque de Caxias.
“Já levamos dez carros da área próxima ao Goiabeiras, e mais dez carros no Centro. Aqui é uma operação que vai levar todos os carros”, explicou o amarelinho.
Segundo afirmou um policial no vídeo, a PM apenas compareceu ao local “porque pediram apoio falando que as pessoas estavam exaltadas por aqui”.
“Nós viemos para garantir a integridade física deles [agentes] e dos populares”, disse o policial.
"É ilegal isso. Faz 20 anos que eu moro aqui e nunca vi isso. Se quiser multar, multa. Mas, não vão levar meu carro" Carros irregulares
O gerente afirmou que os comerciantes da Praça Popular reconhecem que a ação dos agentes da SMTU penalizou apenas os veículos que cometeram algum tipo de infração e estavam estacionados em locais proibidos, mas reclamam da falta de fiscalização e de policiamento na região.
“Se as pessoas estacionam os carros um pouco mais longe da praça, mas em locais permitidos, podem voltar e encontrarem os vidros quebrados, sem som ou, até mesmo, não encontrarem mais o carro no local, porque não tem segurança, não tem policiamento”, disse.
Os comerciantes ressaltam que os altos preços cobrados nos estacionamentos localizados nas proximidades dos bares e restaurantes acabam por incentivar os clientes a estacionarem em locais proibidos, mas próximos aos estabelecimentos que eles frequentam.
“Cobram de R$ 8 a R$ 10 por hora, em alguns estacionamentos. É um absurdo. Se você não parar de forma irregular, pode nem encontrar seu carro. Alguma coisa tem que ser feita pelo Governo para evitar esses abusos, fiscalizando os estacionamentos e fazendo rondas ostensivas. Porque isso [guincho de veículos] acaba com o movimento da praça”, reclamou.
Outro lado
Por meio da assessoria de imprensa, a SMTU confirmou a realização de ação de fiscalização na Capital ontem, que resultou em 44 carros guinchados na Praça Popular, Avenida Beira-Rio, nas proximidades dos três shoppings de Cuiabá (Três Américas, Pantanal e Goiabeiras) e no Centro da cidade.
"Cobram de R$ 8 a R$ 10 por hora em alguns estacionamentos. na Praça Popular. É um absurdo!" De acordo com a SMTU, trata-se de uma ação constante dos amarelinhos e não há necessidade de autuar os motoristas antes de guinchar os veículos.
Caso o guincho não tenha sido iniciado e o proprietário comparecer no local na hora da lavratura da multa, ele tem o direito de remover seu carro para um local permitido.
A assessoria informou ainda que, ao ter o veículo guinchado, o motorista deve arcar com os custos da multa – que pode variar de R$ 54 (leve) a R$ 127 (grave) –, do guincho – que pode custar R$ 115 (veículo leve), R$ 118 (moto) ou R$ 395 (carretas) – e com as diárias do veículo no pátio da SMTU (valor não informado).
O proprietário tem um prazo de 90 dias para quitar os débitos e recuperar o veículo que foi guinchado. Após esse prazo, o veículo pode ser leiloado pelo Município.
Fonte:
Mídia News
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/12054/visualizar/
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