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Economia
Domingo - 01 de Agosto de 2010 às 08:21
Por: Marcondes Maciel

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Na avaliação dos especialistas, o modelo de produção de etanol brasileiro, extraído da cana-de-açúcar, é bem mais vantajoso do que o norte-americano, que usa o milho. Estudos comprovam que o sistema é bem mais eficaz. O lucro energético gerado pelo etanol de cana é quase oito vezes superior ao gerado pelo etanol de milho.

Para os especialistas, a vantagem do modelo brasileiro é que o processo de fermentação é feito a partir do bagaço da cana, ao passo que a fermentação do etanol de milho depende muito do gás, o que torna necessário usar uma quantidade muito maior de energia. Entendem, ainda, que o uso do cereal para a produção do combustível poderá, inclusive, afetar a produção mundial de alimentos.

Na opinião do agrônomo Manoel Castro Neto, o translúcido e calórico álcool de milho produzido pelos norte-americanos, da forma como é produzido, vêm beneficiando, sobretudo, alguns poucos fazendeiros americanos e gigantes do agronegócio, mas não se pode dizer o mesmo quanto ao ambiente. “O cultivo de milho requer grandes quantidades de herbicidas e fertilizantes à base de nitrogênio e pode provocar mais erosão no solo do que qualquer outra cultura agrícola”, argumenta.

A própria produção de etanol de milho, segundo ele, consome uma quantidade considerável de combustível fóssil - justamente o que ele vem substituir. Por outro lado, os ambientalistas temem que o aumento dos preços deste produto acabe levando os agricultores a cultivar milhões de hectares de terras secundárias atualmente reservadas para a recuperação do solo e à conservação da fauna selvagem, potencialmente liberando ainda mais dióxido de carbono retido nos campos incultos.

Alguns estudos sobre o equilíbrio energético do etanol de milho - os quais estimam a quantidade de energia fóssil necessária para produzi-lo - apontam a irracionalidade do processo, que requer mais combustível fóssil emissor de carbono do que aquele que viria a substituir. Outros estudos, porém, indicam uma ligeira vantagem positiva. “Entretanto, seja qual for o cálculo, o etanol de milho não representa nenhuma panacéia contra o efeito estufa”, aponta o agrônomo.

Atualmente, quase 85% dos carros novos vendidos no Brasil são do tipo flex: modelos pequenos e esportivos que circulam entre enormes e fumacentos caminhões a diesel. Com 1 litro de álcool custando em média 1 real menos que o litro de gasolina, a maioria desses veículos flex costuma ser abastecida com álcool.

“Enquanto a vantagem energética do etanol de milho é quase nula 1 por 1,4, o de cana é de 1 para 8”.






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