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MT Eleições 2014
Quinta - 29 de Julho de 2010 às 16:22
Por: Sissy Cambuim

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Ainda frustrada com o fato de não poder concorrer à reeleição, a senadora Serys Marly (PT), que decidiu na última hora registrar sua candidatura à Câmara dos Deputados e tentar se manter no Congresso, disse que a estratégia utilizada pelo presidente do diretório regional do partido, deputado federal Carlos Abicalil, como intuito de aumentar a participação petista na bancada federal, não deve dar certo. “Eu tenho certeza que o feitiço pode virar contra o feiticeiro”, declarou em entrevista ao programa Cidade Independente, nesta quarta (28).

De acordo com ela, a ideia de Abicalil era a de poder eleger dois deputados federais neste pleito. “Quando o deputado federal do PT me procurou no mês de fevereiro lá em Brasília, ela me disse que não tinha densidade eleitoral para se reeleger e trazer mais um com ele, por isso queria ser candidato ao Senado. Mas que eu, sim, tinha votos suficientes para puxar outro candidato comigo na Câmara Federal”, disse. “Eu achei um absurdo! Então quem tem mais densidade tem que buscar uma eleição que precise de menos votos e aquele que tem menos, vai tentar um cargo que precise de mais aprovação?” questionou.

Serys defende que queria, ao brigar até o último momento para poder disputar o Senado, ter a oportunidade de ter seu mandato avaliado pela população. “Tava claro que a sociedade mato-grossense queria ao menos ter essa chance, dizer se era positivo ou não. Parecia que era muito positivo”, explica. “Você não chega no Senado cantando pneu. Tem que ir para lá para entender a instituição e realmente desenvolver um trabalho e estou convicta de que tenho potencial para isso. Cheguei à vice-presidência da Casa e sou muito respeitada por senadores de situação e oposição. Isso não se constrói de uma hora para outra”, comentou, em contraposição à candidatura do atual deputado.

Mesmo depois de garantir que se não pudesse tentar manter sua vaga no Senado, não concorreria a nenhum outro cargo, ela, que justifica seu recuo a uma súplica de seus eleitores, já desponta como primeira colocada na pesquisa de intenções de voto – veja aqui -, mas não acredita na eleição de Abicalil ao Senado que, por sua vez, aparece como terceiro colocado – confira aqui. “Mas tudo bem. Ele quis assim, tem mais poder no partido do que eu e aprontou o que aprontou”, lamentou.

No entanto, o índice positivo não é o bastante para que a senadora esqueça o episódio das prévias que referendaram o nome de Abicalil para a disputa ao Senado. “A maior frustração de todas é essa que eu vivo. Simplesmente, um mandato avaliado como um dos melhores do Congresso e falam pra mim que eu não posso deixar o povo avaliá-lo”, ressalta. Sem pedir voto para Abicalil, ela colocou a campanha nas ruas e tem como bandeira a geração de empregos, a mesma defendida pelo candidato ao Paiguás de coligação adversária, o empresário Mauro Mendes (PSB).

Serys ainda garante que a decisão foi pautada por preconceito. “É porque eu sou mulher. Se eu fosse homem, duvido que teria esse tipo de coisa. Então também acredito que tenha havido discriminação”, destacou, lembrando que o suplente de deputado estadual de seu partido, Alexandre César, subiu à tribuna da Assembleia, para dizer que não faria diferença quem disputasse o cargo e que a senadora já poderia se aposentar e ir para casa cuidar de seus netos.





Fonte: RD News

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