Juntos, 14 candidatos têm R$ 21,7 milhões no exterior
Ao menos 14 candidatos pelo país declararam, somados, possuir R$ 21,7 milhões guardados em bancos no exterior, incluindo paraísos fiscais, como a Suíça.
Outros dois disseram à Justiça Eleitoral ter investimentos nas Ilhas Virgens Britânicas (Caribe), conhecidas pelos baixíssimos impostos e a flexibilidade na legislação. Em todos esses 16 casos, a prática não é ilegal.
Um deles é Blairo Maggi (PR), ex-governador de Mato Grosso, que concorre ao Senado e é um dos maiores plantadores de soja do mundo.
Em sua lista de patrimônio, aparece uma "integralização de capital" em uma empresa que leva o nome de seu pai. O valor listado é de R$ 4 milhões.
Outro candidato com patrimônio no país caribenho é Ronaldo Cezar Coelho (PSDB), que concorre como suplente ao Senado no Rio.
Ele declarou ter R$ 227 milhões em "quotas do capital social" da empresa Samambaia Investiments.
Entre os que possuem dinheiro depositado em bancos fora do país está o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que tenta reeleição.
Ele diz ter R$ 5,9 milhões no banco Caisse Régionale, de Paris, em nome da mulher. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que tenta um novo mandato, declarou R$ 4,7 milhões no Clarriden Bank, de Zurique (Suíça).
O presidenciável do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, declarou possuir R$ 46 mil em depósito nos EUA.
De acordo com a Receita Federal, não há crime na prática, desde que a quantia seja declarada e sua origem, explicitada e, se for o caso, checada pelo fisco.
Mas o jurista Walter Maierovitch, que pesquisa criminalidade internacional e lavagem de dinheiro, diz que o candidato precisa explicar ao eleitor a razão de manter dinheiro fora do país.
Há um histórico de dinheiro público desviado por meio da corrupção que foi parar no exterior, afirma ele.
SEGURANÇA
Blairo Maggi disse, por meio de sua assessoria, que não comenta sua declaração de bens para "preservar a segurança de sua família".
Maluf, por meio de sua assessoria, diz que o dinheiro na França foi enviado legalmente por meio de uma operação do Banco Central e tem como origem a venda de um terreno em São Paulo.
A assessoria de Tasso Jereissati não respondeu ao e-mail da reportagem. Ronaldo Cezar Coelho não foi localizado pela Folha ontem.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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