Levantamento divulgado pelo jornal "O Estado de S.Paulo" nesta quinta-feira (29) mostra que dos 53 senadores que disputam cargos eletivos neste ano, 33 aumentaram o quadro de servidores de confiança entre julho de 2009 e julho de 2010 e transferiram a maioria para os Estados. Conforme a reportagem, quem não aumentou o número de empregados, adotou a segunda manobra e tirou seus funcionários de Brasília.
Os servidores de confiança são pagos pelo Senado. Oficialmente, deveriam cumprir expediente apenas nos gabinetes, mas, conforme a reportagem, "estão nas ruas pedindo voto, coordenando e ajudando na corrida eleitoral dos parlamentares". O "Estado" afirma ter flagrado assessores atuando na campanha.
De acordo com a reportagem, só nos últimos 23 dias, desde o início oficial da campanha, 53 assessores foram realocados, segundo dados do sistema interno de Recursos Humanos, para os "escritórios de apoio" dos senadores, entre eles os dos candidatos. Desde início de fevereiro, foram cerca de 175, uma média de uma transferência por dia.
O "Estado" aponta que os senadores aproveitaram a calmaria no Congresso - serão realizadas apenas duas semanas de votações até as eleições de outubro - para esvaziar seus gabinetes em Brasília. "Hoje, há cerca de 1,1 mil assessores espalhados pelo país recebendo salários do Senado sem nenhum tipo de fiscalização por perto que os impeça de atuar como cabos eleitorais", afirma a reportagem.
O Senado regulamentou no ano passado a antiga prática dos senadores de ter assessores de confiança nos escritórios regionais com um controle de frequencia quase nulo. O "Estado" aponta que esta campanha eleitoral é a primeira em que é possível saber o número oficial de funcionários do Senado à disposição dos parlamentares nos Estados.
Comentários