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Policia MT
Quinta - 29 de Julho de 2010 às 08:34

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A prisão do ortopedista Célio Eiji Tobisawa, 43, nesta terça-feira pela suposta prática de estupro contra vulnerável, pasmou os colegas de trabalho do médico em duas das clínicas onde ele atuava em Cuiabá. Em ambos os locais, colegas descrevem o médico – detido no anexo da Polinter – como uma pessoa reservada, acima de qualquer suspeita e um profissional bem-quisto, contra o qual jamais houve uma queixa sequer. Entretanto, ambas as clínicas pediram pela preservação de seus nomes.

Célio foi preso na manhã desta terça-feira em Cuiabá por supostamente ter abusado sexualmente de pacientes que atendia no Hospital Regional de Colíder (a 650 km da Capital). Segundo a investigação policial, pelo menos quatro homens – todos entre 20 e 30 anos, de pele e olhos claros – queixaram-se que o médico se aproveitava da condição de sedados para fazer sexo oral neles após um procedimento denominado “infiltração”.

A princípio, essa história toda soou como mentira ou até uma armação para o médico Rubens H. Aratani, ortopedista que, além de ter trabalhado com Célio em uma clínica em Cuiabá, é amigo do médico e da família. “É quase inacreditável. Ele nunca teve nada que o desabonasse. Se for provado que isso aconteceu, vou ficar muito surpreso”, relata.

Aratani menciona que Célio trabalha na mesma clínica há cerca de cinco anos (segundo funcionários, atua duas vezes por semana, mas não incluía o procedimento de infiltração) e, em todo este tempo, jamais deu qualquer sinal suspeito. Aratani descreve o colega como um sujeito extremamente pacato, que nem erguia a voz, querido pelos pacientes e exemplar em sua especialidade, cirurgia de mãos. Ele se preocupa com a repercussão do caso, pois pode prejudicar definitivamente o nome do colega, fora o abalo à família (Célio é casado e tem duas crianças).

Numa outra clínica em Cuiabá, onde Célio atendia consultas uma vez por semana (não realizava o procedimento de infiltração), os médicos colegas de Célio também custam a acreditar no que ficaram sabendo por meio da imprensa. Um dos médicos, que preferiu não se identificar, lembra que Célio sempre foi educado e discreto “como o típico japonês”, que nunca lhe pesou qualquer queixa sobre desvios de conduta com pacientes, que eram adultos, na maior parte. “Estamos pasmos, não deu pra entender ainda”, comentou uma médica, também no anonimato.

O delegado Sérgio Ribeiro Araújo, de Colíder, explicou que a polícia chegou a Célio após o registro de um boletim de ocorrência, por parte de um de seus pacientes, em 25 de junho. O paciente havia passado por uma infiltração e, por isso, ficou durante um bom tempo sedado. O rapaz acusou o médico de se aproveitar desta situação: quando acordou, afirmou ter sentido que “algo acontecia na região genital”, o que seria o médico lhe fazendo sexo oral. Depois disso, a polícia encontrou mais três homens do mesmo tipo físico que teriam sofrido abusos. Célio negou tudo à polícia. A reportagem não conseguiu contato com o advogado.






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