Riva diz que campanha está "a todo vapor"

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PP), se mostra confiante em sua permanência no pleito eleitoral deste ano. Mesmo com o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), e diante da possibilidade da decisão impedir sua candidatura ao se enquadrar na Lei da Ficha Limpa, o progressista afirmou ontem que sua campanha à reeleição “está a todo vapor”.

No período da tarde, Riva se reuniu com cerca de 150 lideranças da Baixada Cuiabana para intensificar as ações na corrida eleitoral. “Não tem motivo nenhum para não estarmos fazendo campanha. Vamos combater a decisão no campo jurídico. A política continua”, disse o parlamentar que planeja ultrapassar o coeficiente eleitoral para a eleição de deputado estadual, com 100 mil votos. “Nosso grupo é muito forte. Nada nos desmotiva. Por isso, continuamos trabalhando”, reforçou o progressista.

Na terça-feira passada, José Riva teve o mandato cassado por unanimidade sob acusação de suposta prática de compra de votos e “caixa dois”, no município de Santo Antônio de Leverger, durante as eleições de 2006.

Conforme denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), o então vereador Edimar Galio (PP), conhecido como Curi, teria cooptado eleitoras na região, para Riva, em troca de serviços médicos, odontológicos e materiais de construção.

O relator do processo, desembargador Márcio Vidal, afirmou que as provas apreendidas “são robustas” e o procurador Thiago Lemos, do Ministério Público Eleitoral (MPE), observou que três volumes do processo são apenas de documentos apreendidos que “comprovam as irregularidades”.

Para Riva, as provas são “infundadas”. O parlamentar também alega que teve as contas de campanha de 2006 aprovadas pelo próprio TRE.

José Riva afastou qualquer hipótese de ser substituído de suas funções da Casa Legislativa enquanto tenta reverter a decisão do TRE no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Vou sair do cargo quando terminar meu mandato”, enfatizou o deputado.

A decisão do TRE, pela cassação do presidente da Assembleia Legislativa, deve ser publicada no Diário Eletrônico de Justiça de hoje. Um dos advogados de Riva, Mário Sá, afirmou que aguarda a publicação do acórdão pra ingressar com recurso ordinário, com pedido de liminar no TSE. A defesa terá três dias, a contar da data de publicação da decisão, para recorrer.

Diferente de Riva, o advogado considera a possibilidade de o progressista ser afastado do cargo por “24 ou 48 horas” até que se consiga dar efeito suspensivo à sua cassação. “É uma possibilidade remota. Isso porque a Assembleia Legislativa precisa ser notificada pelo TRE. Depois disso, a Assembleia possui mais um tempo para notificar o deputado. Até lá, planejamos estar com a liminar”, finalizou o advogado.