Professoras são investigadas por baterem em crianças na Itália
Agentes da polícia de Gênova instalaram câmeras nas lâmpadas do teto de duas salas de aula, no refeitório e em uma área comum da escola pública São Gottardo, na periferia da cidade, depois que alguns pais denunciaram casos de maus-tratos contra crianças que teriam ocorrido no local.
As câmeras teriam registrado palmadas, empurrões, tapas e humilhações cometidos pelas professoras durante cinco meses.
Durante uma audiência sobre o caso em um tribunal da cidade na terça-feira, a promotoria acusou as três professoras de 18 ocorrências de abusos e maus-tratos e pediu que elas sejam suspensas por dois meses, até o fim das investigações.
Diante do juiz, as professoras se defenderam das acusações, alegando inocência. Elas disseram que jamais maltrataram as crianças.
MÉTODOS ENÉRGICOS
Segundo a imprensa local, duas das professoras acusadas, com 39 anos de serviço, teriam cometidos 16 dos 18 abusos contra as crianças. A terceira, mais jovem e diplomada em pedagogia, teria sido flagrada apenas duas vezes pelas câmeras.
As professoras não teriam negado os maus-tratos, mas se defenderam alegando que os métodos "enérgicos" eram necessários para evitar que outras crianças fossem vítimas de atitudes agressivas de companheiros de classe.
Segundo elas, o vídeo gravado pela polícia teria sido mal interpretado, e o que foi considerado como agressão, na verdade, seria a aplicação de um método educativo bem experimentado.
"Palmadas no traseiro são necessárias para educar, senão seria melhor fechar as escolas para crianças pequenas", afirmaram os advogados das professoras ao jornal genovês "Il Secolo XIX".
Na avaliação da promotoria de Gênova, no entanto, as palmadas são abusos que foram comprovados pelas imagens.
PROVA
O vídeo, sem áudio, tem meia hora de duração e foi mostrado durante a audiência no tribunal, diante das três professoras.
Contatada pela BBC Brasil, a polícia disse não estar autorizada a falar sobre o caso nem fornecer as imagens para a imprensa.
Na Itália, a legislação sobre a tutela de menores é considerada severa, e nos últimos 14 anos foram introduzidas penas mais rígidas para quem comete maus-tratos.
Conforme a lei italiana, quem comete abuso de métodos disciplinares pode ser condenado a até seis meses de prisão.
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