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Educação/Vestibular
Quarta - 28 de Julho de 2010 às 06:42

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Quase 40% da população de entre 16 e 32 anos que vive e trabalha na zona rural é analfabeta, disse nesta terça-feira a Confederação Nacional de Trabalhadores da Agricultura (Contag). Segundo a secretária de juventude do sindicato, Maria Elenice Anastácio, citada pela Agência Brasil, o analfabetismo afeta três milhões dos quase oito milhões de brasileiros desta faixa etária e que trabalham no campo.

Maria Elenice diz que o número seria ainda maior se fossem somados os jovens que residem em pequenos núcleos urbanos e vivem de atividades econômicas relacionadas ao campo. Segundo ela, a falta de serviços e centros educativos na zona rural está por trás da falta de formação dos jovens empregados no setor agrário.

"O trabalhador rural tem que buscar a cidade para ter acesso à saúde, à informação e à escola. Mas como vão pegar um transporte precário para estudar na cidade se estão cansados do trabalho exaustivo?", perguntou Maria Elenice. A coordenadora do curso de Licenciatura em Educação no Campo da Universidade de Brasília (UnB), Mônica Molina, apontou a falta de escolas no campo como causa essencial da falta de formação para a população rural.

"O interesse em estudar existe. Hoje, o trabalhador dá mais importância ao estudo do que em gerações anteriores", disse Mônica à Agência Brasil. Segundo ela, a partir da quinta série do Ensino Fundamental, é diícil encontrar turmas no meio rural, e por isso muitos acabam desistindo de estudar.

Mônica acrescentou que aproximadamente 70% das escolas rurais oferecem turmas da primeira até a quarta séries do Ensino Fundamental, enquanto apenas 4% têm turmas de Ensino Médio. De acordo com Mônica, poucos alunos continuam estudando após os primeiros anos de escolarização, o que somado ao absentismo e aos "recursos didáticos escassos" leva a elevados graus de analfabetismo funcional.

"Sem acesso à escolarização correta na idade apropriada, o jovem acaba perdendo a condição de ler e interpretar após alguns anos", declarou. Segundo Mônica, entre 2005 e 2007, oito mil escolas rurais foram fechadas no país.






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