Maior operação contra o tráfico já realizada entre MT e Bolívia chega ao fim com balanço apresentado pelo governo e órgãos envolvidos
Operação “Gênesis” reúne 59 presos e 35 Kg de droga
A prisão de 59 pessoas e a apreensão de pouco mais de 35 quilos de pasta-base de cocaína são o saldo da maior operação conjunta já realizada na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia, denominada “Gênesis”, para coibir o tráfico internacional de drogas. Desencadeada semana passada, a ação mobilizou quase 400 homens de 17 instituições, helicópteros, barcos e dezenas de viaturas em 23 municípios do Estado.
A ação, liderada pelo Grupo de Fronteira (Gefro) de Mato Grosso, durou sete dias e atingiu 23 municípios. Tendo Cáceres como ponto de partida, se estendeu por Tangará da serra, Porto Esperidião, Reserva do Cabaçal, Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço, entre outros.
A presença ostensiva e duradoura resultou na apreensão de 35,5 quilos de pasta-base de cocaína, suficiente para industrializar mais de 150 quilos da droga; 44 prisões em flagrante delito e outras 15 por mandado de prisão, além de seis armas recolhidas e três carros roubados recuperados.
O patrulhamento atingiu os 983 quilômetros de fronteira, sendo 750 secos (terra) e 233 alagados (rios). O balanço da operação, que faz parte Plano de Ações de Segurança (PAS), foi apresentado ontem pelo governador Silval Barbosa e representantes das demais organizações participantes.
Silval Barbosa disse que não estava satisfeito somente com os dados quantitativos, mas com a sinalização de que a partir de agora pode haver uma forte e permanente parceria no combate ao tráfico de drogas na fronteira.
Indagado sobre se não seria insignificante a quantidade de drogas apreendidas numa operação desse porte, o governador, ao lado do comandante da Força Nacional de Segurança, coronel Luiz Antônio Ferreira, destacou que o objetivo é inibir a entrada de drogas no Brasil por território mato-grossense.
Já o coronel Luiz adiantou que o grupo da Força Nacional reforçará o policiamento na fronteira até o final deste ano. No entendimento dele, o Estado não pode continuar com a pecha de corredor do tráfico de drogas do país. Ainda para este ano, o governo anunciou a chegada de pouco mais de R$ 7 milhões em equipamentos como veículos, barcos e outros modernos instrumentos de monitoramento da criminalidade.
Na lista de equipamentos estão um helicóptero e o visor termal, indicado para ações noturnas e capaz de detectar objetos e pessoas pelo calor (do motor de um barco que acabou de ser desligado ou do corpo humano, por exemplo).
Além de avaliar como positiva a primeira grande ação conjunta, o comandante da operação, coronel Antônio Mário Ibanez Filho, disse que o Gefron precisaria dobra o número de policiais para tornar o policiamento de fronteira mais eficiente.
O secretário de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado Filho, disse que a repressão ao tráfico é a segunda parte do PAS. A primeira reúne campanhas de prevenção ao uso de drogas e tratamento de dependentes químicos. Curado confirmou, sem citar número, que destacará novos policiais para o Gefron.
A Gênesis integrou forças estaduais e federais ligadas à Segurança Pública, tais como policiais militares e civis do Estado, da Força Nacional, Exército Brasileiro, Marinha, Polícia Federal, Força Aérea Nacional (FAB), da Polícia Rodoviária Federal, membros da Receita Federal e do Policiamento Especializado de Fronteira Nacional (Pefron).
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