Trocando empréstimos mais caros por mais baratos os brasileiros estão conseguindo reduzir a taxa média de juros ao consumidor
Taxa de juros ao consumidor cai com empréstimos mais baratos
Pra quem tem dívida, comprou produto parcelado ou acabou de fazer um empréstimo, a notícia causa estranheza. É mesmo difícil de acreditar. Mas em plena temporada de aumento da taxa Selic pelo Banco Central, os juros ao consumidor caíram.
A taxa média anual recuou para 40,4% em junho - o menor nível desde 1994.
Caíram os juros do crédito pessoal, incluindo aquele com desconto na folha de pagamento e do financiamento de veículos. Já os do cheque especial aumentaram e atingiram 165% ao ano.
A principal explicação do Banco Central para a queda da taxa média de juros é que os consumidores enfim estão trocando dívidas de juros mais altos, como as do cheque especial, por outras de custo menor, como o crédito pessoal. Mas há outros motivos.
“Nós estamos observando retração na inadimplência, o que é bastante positivo”, explica Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.
A expansão do crédito também é apontada como fator para a baixa dos juros, assim como a queda do spread - a diferença entre a taxa que os bancos pagam na captação do dinheiro e a que cobram dos clientes.
Para o consultor financeiro Carlos Daniel Coradi, a queda do spread, que inclui o lucro dos bancos, é prova de que há espaço para mais reduções: “Esse movimento prova que os bancos, em função dessa concorrência um pouco mais acirrada e do aumento do volume de crédito, podem diluir numa base maior os seus custos fixos. Continuam ganhando bastante dinheiro e reduzindoo as suas taxas cobradas. O valor absoluto dessas taxas ainda é muito alto”.
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