Liderados por Gerry Wilson, professor de reumatologia em Sheffield, os pesquisadores estudaram os dados fornecidos por 1887 pessoas. O grupo de pacientes com a doença teve 873 participantes e os restantes 1004 integraram o controle da experiência, sem apresentarem sintomas da artrite reumatoide.
Perguntados sobre quanto haviam bebido no mês anterior à inclusão no estudo, os participantes responderam a questionários detalhados, passaram por exames de raios-x e de sangue e tiveram as articulações analisadas por uma experiente pesquisadora e enfermeira.
Análise dos dados
Wilson contou com o apoio do professor James Maxwell, membro do Academic Rheumatology Group da Universidade de Sheffield. O especialista afirmou que os pacientes consumidores frequentes de álcool apresentaram sintomas menos intensos na comparação com portadores da doença abstêmios, que bebem pouco ou de forma inconstante.
"Exames de raios-x mostraram articulações menos danificadas, testes de sangue informaram sobre níveis menores de inflamação e os pacientes que bebem regularmente também reclamaram menos de dores nas juntas, inchaço e deficiência física", diz Maxwell.
Os cientistas também descobriram que abstêmios são 4 vezes mais propensos a desenvolver artrite reumatoide do que pessoas que bebam álcool em mais de 10 dias por mês. O risco de contrair a doença diminuiu em proporção com o aumento da frequência no consumo.
"Os dados corroboram estudos anteriores que já apontavam para o decréscimo da suscetabilidade para o desenvolvimento da doença entre pessoas que bebam regularmente", explica o especialista.
Motivos
Ainda é desconhecido o motivo do efeito do álcool em relação à artrite reumatoide. "Há evidências que o álcool suprime a atividade do sistema imunológico", afirma Maxwell. "Mudanças no sistema de defesa do corpo que levam à artrite reumatoide acontecem meses ou até anos antes do desenvolvimento da doença."
O especialista diz que uma explicação possível para a diminuição na severidade dos sintomas estaria nos efeitos anti-inflamatórios e analgésicos do álcool.
Os pesquisadores destacam que outros estudos são necessários para confirmar o trabalho da Universidade de Sheffield e também para investigar os mecanismos pelos quais o álcool age no combate à doença.
Outra limitação está no fato da pesquisa ter trabalhado com dados sobre a frequência do consumo. O volume de bebida ingerida não foi levado em conta nos dados avaliados pelos cientistas britânicos.
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