Maradona não é mais técnico da Argentina
A AFA (Associação do Futebol Argentino) não renovará o contrato de Diego Maradona como técnico da seleção nacional, informou nesta terça-feira o porta-voz da entidade, Ernesto Cherquis Bialo. Segundo a imprensa argentina, o nome mais cotado para assumir a função é de Alejandro sabella, atual técnico do Estudiantes de La Plata. Correm por fora Ramón Díaz, do San Lorenzo, e Américo Gallego, atualmente sem clube.
"O comitê executivo com o total de seus membros e por unanimidade resolveu não renovar o contrato com o senhor Diego Armando Maradona como treinador da seleção nacional", disse a jornalistas o porta-voz Ernesto Cherquis Bialo.
De acordo com o porta-voz, o atual treinador das divisões de base da Argentina, Sergio Batista, será o treinador da seleção nos amistosos contra Irlanda, no dia 11 de agosto, e outro contra a Espanha, no dia 7 de setembro.
Maradona havia assumido o cargo em novembro de 2008 após a renúncia de Alfio Basile, e comandou a Argentina na reta final das Eliminatórias para a Copa do Mundo. Na ocasião, ele foi criticado principalmente após só ter classificado o time na última rodada da competição.
No Mundial da África do Sul, Maradona chegou a se destacar, mas a equipe foi eliminada nas quartas de final, após ser goleada pela Alemanha por 4 a 0. Na volta a Buenos Aires, porém, ele e todos os jogadores foram aclamados pelos argentinos.
Depois do retorno, Maradona pediu um tempo para pensar antes de responder se permaneceria no cargo. No período viajou para a Venezuela, onde se encontrou com o presidente daquele país, Hugo Chávez.
Segundo a imprensa argentina, a AFA ofereceu ao treinador um contrato de quatro anos, para que ele continuasse no comando da seleção argentina até a Copa de 2014. Entretanto, Maradona afirmou que não continuaria no cargo se houvesse qualquer mudança em sua comissão técnica.
O presidente da AFA, Julio Grondona, achou inaceitável esta condição, pois pretendia substituir algumas peças, como o auxiliar técnico Alejandro Mancuso, amigo próximo de Maradona.
Ainda nesta terça, o preparador físico Fernando Signorini, um dos colaboradores do treinador, já havia dito que Maradona não continuaria no cargo.
Fernando Llano/AP |
Maradona, em recente visita ao presidente venezuelano Hugo Chávez |
"A situação é irreversível", afirmou Signorini em entrevista à rede Fox Sports. "Grondona está acostumado a impor, mas deveria agradecer a Diego", completou o preparador, que integrou a comissão técnica argentina na última Copa do Mundo, quando a equipe foi eliminada nas quartas de final após ser goleada pela Alemanha por 4 a 0.
Signorini afirmou ainda que o dirigente impôs a Maradona a saída de alguns membros de sua equipe de colaboradores, com pleno conhecimento de que o técnico discordaria.
"Ninguém é tão ingênuo para pensar que Diego suportaria isso. Não tenho nenhuma dúvida que não o queriam, Maradona é como uma pedra no sapato para o poder", sustentou.
POLÊMICAS
A primeira polêmica de Maradona no comando da equipe foi a renúncia do meia Juan Román Riquelme à seleção, argumentando que não tinha "os mesmos códigos nem a mesma forma de pensar que Maradona", que dias antes havia feito uma crítica futebolística ao jogador do Boca Juniors.
No final de 2009, o treinador foi punido com dois meses de suspensão pela Fifa, depois de atacar a imprensa com gestos obscenos ao conseguir a classificação para a Copa.
Também teve atritos com o secretário técnico das seleções argentinas de futebol, Carlos Bilardo, e em maio deste ano, antes do Mundial, negou ter conspirado em 2008 para ficar com o cargo de Basile, como chegou a afirmar o filho do antecessor de Maradona.
Embora nunca tenha havido certezas, o mundo futebolístico argentino assegura que Riquelme se referia a essa suposta conspiração quando renunciou à seleção.
Por isso, o ex-ajudante de Basile Jorge Ribolzi definiu Maradona como "um lixo".
Com agências internacionais
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