Entre os presos há pelo menos duas pessoas com mais de 60 anos e um coronel de Polícia Militar. A PF informou que também deteve um menor de 18 anos.
Segundo a PF, o número de prisões é recorde no país para casos de pedofilia e ainda pode aumentar, já que pouco mais da metade dos 81 mandados de busca e apreensão haviam sido cumpridos pelos agentes até a divulgação do balanço. O resultado final da operação deve ser divulgado no fim do dia.
“Já temos um recorde de prisões em flagrante em relação a todas as outras operações que a PF já fez no tocante à pornografia infantil na internet. É um marco negativo, porque a gente gostaria que não tivesse prisões, que as pessoas não praticassem esse delito abjeto”, afirma o chefe do Grupo Especial de Combate aos Crimes de Ódio e à Pornografia Infantil na Internet (Gecop), delegado Stênio Santos Souza.
Cerca de 400 agentes federais foram destacados para atuar na operação, realizada em Alagoas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal.
Segundo Souza, São Paulo é o estado com o maior número de prisões até o momento. Apenas em Minas e em Santa Catarina os agentes não haviam registrado prisões. Três suspeitos que não foram localizados também foram indiciados pela PF.
Além de encontrar material de pedofilia nas residências dos suspeitos, os agentes encontraram drogas, armas e imagens que constatam a exploração de crianças por parte de parentes e vizinhos dos suspeitos.
Segundo a PF, há evidencias de que além de fazer uso e repassar material pornográfico, os supostos pedófilos também abusavam de crianças. A soma dos crimes cometidos pelos suspeitos pode chegar a 15 anos, além das penas por eventuais crimes de estupro de vulnerável.
“Tivemos diversas imagens compiladas em vídeo que envolvem crianças e, às vezes, bebês sendo abusados por adultos, que faz com que a gente pense que temos hoje menos humanidade no mundo do que em tempos atrás”, disse Souza.
Operação
A Operação Tapete Persa foi deflagrada na manhã desta terça, mas a investigação que deu origem ao trabalho começou em janeiro de 2009. A ação é realizada em cooperação com a Interpol e a Polícia Criminal de Baden-Württenberg, no sudoeste da Alemanha.
Durante a Operação Perserttepich & Collection, deflagrada em junho de 2009, a polícia alemã realizou o monitoramento de programas baseados em redes ponto-a-ponto (P2P) na internet, utilizadas para o compartilhamento de arquivos digitais, dentre eles imagens e vídeos de violência sexual contra crianças e adolescentes.
O nome da operação faz alusão a um dos vídeos compartilhados pelos pedófilos, em que se aparecem imagens de uma criança de cerca de 5 anos sendo abusada sexualmente. Ao fundo há um tapete persa ("perserttepich", em alemão).
Após varredura na web em busca de pessoas que estariam distribuindo, compartilhando e divulgando material de pedofilia, a polícia alemã identificou milhares de usuários em todo o mundo, inclusive no Brasil, envolvidos com o crime.
Mediante cooperação internacional, os fatos foram informados à representação da Interpol no final de 2008 e, a partir daí, a denúncia chegou à Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal.
Ainda no primeiro semestre de 2009, a unidade central da PF para crimes de pedofilia iniciou investigações para identificação dos locais utilizados pelos suspeitos no Brasil e individualização de cada um.
Comentários