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Polícia Brasil
Segunda - 26 de Julho de 2010 às 17:37

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A delegada da 15ª DP (Gávea), Bárbara Lomba, afirmou que todos os envolvidos no atropelamento de Rafael Mascarenhas - filho da atriz da TV Globo Cissa Guimarães - foram intimados a participar da reconstituição do acidente na madrugada desta terça-feira (27). A perícia está prevista para acontecer em ambos os sentidos dos túneis Zuzu Angel e Acústico, que liga São Conrado à Gávea, na zona sul do Rio. Os policiais militares envolvidos no caso não foram chamados para comparecer ao local.

De acordo com a polícia, o atropelador Rafael Bussamra e o pai dele, Roberto Bussamra, devem ser indiciados por corrupção ativa. Os dois PMS, acusados de terem cobrado propina do motorista, após o atropelamento, devem responder por corrupção passiva.

Rafael morreu na última terça-feira (20) após ser atropelado quando andava de skate no túnel Acústico, que estava com um trecho fechado para manutenção.

No período de interdição, a opção para os motoristas é seguir pela avenida Niemeyer, no Leblon (zona sul), segundo a Cet-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego).

O advogado do jovem Rafael Bussamra, que atropelou e matou Rafael Mascarenhas, 18, filho da atriz Cissa Guimarães, afirmou nesta segunda-feira que seu cliente tentou registrar ocorrência após o acidente, mas foi impedido por dois policiais militares, no Rio.

De acordo com o defensor Spencer Marcelo Levy, os policiais militares ameaçaram o jovem e um acompanhante dizendo que se eles fossem à delegacia "iam queimar" os PMs. Eles afirmaram que tinham nome, endereço e outros dados do motorista e de seu acompanhante.

"Se vocês me ferrarem a gente ferra vocês. Não vão mais na delegacia porque já desfizemos o local do atropelamento. Se isso acontecer.. vocês vão queimar a gente e isso não vai ficar barato", disse um dos policiais, segundo o advogado.

A polícia investiga ainda a participação de um terceiro policial no caso. De acordo com a defesa de Rafael, os dois PMs que o abordaram conversavam, ou simulavam conversar, com um terceiro policial pelo rádio, que teria dito que o rapaz atropelado [Rafael Mascarenhas] estava bem e fora de risco.

De acordo com Rafael, os PMs exigiram o pagamento de R$ 10 mil para liberar o Siena preto que Bussamra dirigia. Segundo o advogado, os policiais deixaram o carro --já amassado por causa do atropelamento-- em um posto de gasolina a cerca de 60 metros da delegacia da Gávea e levaram Rafael e seu amigo até a rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico (bairro vizinho), onde o pai de Rafael, Roberto Bussamra, pagaria a propina. O empresário teria chegado ao local com R$ 6.000 no bolso, mas teria dado apenas R$ 1.000 aos policiais.

Levy afirmou ainda que os policiais aguardaram o reboque do carro de Bussamra para garantir que o rapaz não fosse à delegacia. O advogado disse ainda que todos estavam errados, inclusive os jovens que andavam de skate dentro do túnel, e que Bussamra cometeu apenas uma infração administrativa.

Ainda segundo Levy, o Siena dirigido por seu cliente não tinha condições de disputar um "racha" com o outro carro que também passava pelo túnel. "Um Siena mil apostar corrida com um Honda Civic seria a mesma coisa que uma motocicleta apostar corrida com uma bicicleta", afirmou.

PRISÃO

Durante reunião com a Justiça Militar e com o Ministério Público na manhã desta segunda-feira, a Corregedoria da Polícia Militar do Rio pediu a prisão preventiva dos dois policiais envolvidos na liberação do carro que atropelou e matou Rafael Mascarenhas. Segundo a corporação, caberá à titular da Auditoria da Justiça Militar do Estado, a juíza Ana Paula Barros, decidir se decreta ainda hoje a prisão dos PMs.

Com a decisão, os dois policiais devem ser transferidos para o BEP (Batalhão Especial Prisional), em Benfica (zona norte), onde permanecerão presos até a finalização do inquérito. Eles já estão presos administrativamente determinada na última sexta-feira pelo comandante da PM do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte.

Duarte também tinha pedido a prisão preventiva dos PMs, mas o Tribunal de Justiça do Rio negou. O juiz Alberto Fraga informou que vetou o pedido por não haver indícios e provas para embasar a custódia tutelar.

MORTE

Rafael Mascarenhas chegou a ser levado com vida para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Ele passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ao final do procedimento médico. A Secretaria Municipal de Saúde informou que a causa da morte de Rafael foi hemorragia interna e politraumatismo. Seu corpo foi cremado na quinta-feira (22).






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