Após 20 anos de fuga, engenheiro, sentenciado à pena máxima por ter violentado e assassinado uma criança em Cuiabá, é encontrado
Condenado por estupro é preso em Minas
Foragido há duas décadas, o engenheiro civil de Mato Grosso, Eraldo da Costa Carvalho, de 57 anos, condenado por estuprar e matar uma criança em Cuiabá, foi finalmente preso ontem de manhã em Juiz de Fora (MG) por policiais do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
Na última sexta-feira, ele foi condenado à revelia a 36 anos de prisão pelo estupro e assassinato da menina Elizângela Maria Geraldino, aos 11 anos. O crime ocorreu em 1990, no bairro Santa Cruz.
Segundo o Gaeco, há cerca de um mês, os policiais receberam informações da juíza da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, Mônica Catarina Perri Siqueira, sobre o possível paradeiro do engenheiro. Desde então, vinha desenvolvendo um trabalho de inteligência na tentativa de localizá-lo e prendê-lo, uma vez que ele estava com a prisão preventiva decretada desde 1990, que foi reconfirmada após a condenação.
“Inicialmente, os indícios eram de que ele estaria no Mato Grosso do Sul. Policiais do Gaeco foram ao referido estado e descobriram novas pistas que indicavam que o réu estava em Juiz de Fora”, explicou o coordenador do Grupo Especializado do Ministério Público, Paulo Prado.
Os investigadores do Gaeco chegaram a ir até o Mato Grosso do Sul. Lá, levantaram a informação de que o engenheiro estaria em Juiz de Fora. A descoberta do paradeiro foi facilitada por um pedido protocolado por Eraldo na prefeitura da cidade, requisitando isenção no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).
Com o apoio do Gaeco de Minas Gerais, os policiais descobriram onde o engenheiro estava morando e passaram a monitorá-lo. Eraldo foi encontrado em um apartamento de três quartos no tradicional bairro São Benedito, de classe média, mas considerado violento.
Membro da Congregação Evangélica Cristã do Brasil, o engenheiro era freqüentador assíduo do templo e não levantava suspeitas nos vizinhos e fieis da igreja. Estava exercendo a atividade de fotógrafo e sobrevivia com renda de aluguéis de imóveis em Cuiabá. Conforme o Gaeco, pelo menos uma vez por ano ele recebia visita de familiares da capital mato-grossense.
De acordo com informações das autoridades mineiras, não havia mais ninguém no apartamento onde Eraldo foi encontrado, embora no local houvesse três camas – duas de solteiro e uma de casal.
Os policiais do Gaeco chegaram a Juiz de Fora no domingo, data em que começaram a finalizar o plano para capturar Eraldo. Por volta das 5 horas da manhã de ontem, quando saía para comprar pão, o engenheiro foi abordado pelos policiais. Segundo o procurador Paulo Prado, o Gaeco de Minas ajudou nos trabalhos.
Ao ser abordado, ele carregava uma cópia de sua carteira de identidade com o seu nome verdadeiro. Em princípio, negou o crime dizendo que confessara sob tortura.
O Ministério Público explicou que Eraldo mudou-se para Juiz de Fora em 1995, mas vizinhos informaram que, no apartamento onde foi preso, ele vivia desde 2004.
O desembarque de Eraldo em Cuiabá estava marcado para a meia-noite de ontem. Após ser preso, ele ainda foi levado para o Rio de Janeiro, onde foi recebido pelo Gaeco local. Na capital carioca, tomou um voo para Cuiabá.
Comentários