Caçadores eram empresários e matavam por hobby
As oito pessoas presas ontem (20) pela Polícia Federal, na Operação Jaguar, que desmantelou uma quadrilha que caçava onças em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, possuíam bom nível social. A afirmação é do delegado da PF em Sinop, André Borges. “Principalmente os estrangeiros aparentavam ser empresários e com bom nível cultural e social”, disse, esta tarde, em entrevista ao Olhar Direto.
Conforme ele, os que foram presos em uma fazenda na região de Sinop não reagiram. Policiais foram até o local e prenderam os caçadores, uma matilha de cães, armas de curto e longo alcance, inclusive de uso restrito. “A princípio eles negaram, mas as investigações apontam que eles caçavam por hobby”, informou André
O chefe do esquema seria o cirurgião dentista e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Eliseu Augusto Sicoli, que mora em Cascavel (PR) e foi preso no nortão de Mato Grosso. Os acusados estavam com uma Ford Ranger, 4x4, placas ARI 1891, de Cascavel (PR), com uma gaiola em cima para levar os cachorros. e um Fiat Pálio alugado em uma locadora em Sinop.
Conforme o delegado, um dos presos é Policial Militar em Rondonópolis. Também há quatro argentinos e um paraguaio. Todos estão detidos em presídios à disposição da Justiça. Os cães dos caçadores foram encaminhados para o Ibama. De acordo com o delegado, um dos que ainda estão foragidos é o "seo Tonho da Onça", um chacareiro que mora em Rondonópolis e é considerado, pelo Ibama, um dos mais conhecidos caçadores de felinos do Brasil.
Os agentes da Polícia Federal também cumpriram 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Corumbá (MS). As investigações tiveram início no ano passado após relatos do encontro de carcaças de onças em algumas fazendas na região pantaneira e do sumiço de felinos que estavam em monitoramento pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A maior parte das onças abatidas seria do Pantanal mato-grossense. O delegado apontou ainda que o “Safári” praticado por eles tinha até alguns "troféus", levados até para o exterior, uma vez que a PF descobriu a frequente participação de um morador de Curitiba (PR) com conhecimento em taxidermia - arte de empalhar animais.
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