Diane Alves (PR) afirma que não tinha motivos para comprar sentenças no Tribunal Regional Eleitoral porque a Justiça está ao seu lado.
Com a Justiça ao meu lado, não há porque comprar sentença, diz Diane Alves
Há dois dias no comando da Prefeitura de Alto Paraguai, Diane Alves afirma não se sentir culpada pelo escândalo no Judiciário de Mato Grosso, que culminou no afastamento de 4 magistrados por suposta venda de sentenças, e se declara confiante de que a Justiça foi feita, provando sua inocência. A atual prefeita aproveita para dar uma cutucada no eleito Adair Alves Moreira (PMDB). “A Justiça está ao meu lado. Porque eu precisaria fazer isso?", questionou, numa referência às investigações conduzidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que apontam que Diane e seu marido, Alcenor Alves, teriam comprado uma liminar para manter Adair afastado da prefeitura. "Quem estava irregular era Adair e, por isso, o juiz Eduardo Jacob deu o parecer para ele sair do cargo na época”.
Segundo ela, os mais de 10 mil habitantes de Alto Paraguai vivem num verdadeiro caos desde que o peemedebista voltou ao cargo, em outubro do ano passado. A republicana cita como exemplo obras inacabadas, lixo espalhado pelas ruas da cidade, iluminação pública deficitária e apenas um médico atuando no município. Diane permaneceu no comando do Executivo municipal entre os meses de julho e setembro de 2009. “Graças a Deus a verdade veio à tona. Aí está a prova. Meu nome nunca foi envolvido em irregularidades. Agora vou trabalhar com dinamismo para ajudar a população de Alto Paraguai. Eles gostam muito do meu trabalho e me receberam bem”, afirmou.
Levantando mais uma vez a bandeira da saúde, a primeira providência de Diane no Executivo será restabelecer o atendimento médico na região, com a contratação de profissionais e a compra de medicamentos. “Isso é para ontem”, justifica a prefeita. Uma auditoria deve ser feita nas contas da prefeitura nos próximos dias para saber a situação deixada por Adair, que teve o mandato cassado pelo juiz da 7ª Zona Eleitoral de Diamantino, Luiz Fernando Voto Kirche nesta segunda (19).
Protagonista de um dos maiores escândalos de Mato Grosso, que culminou no afastamento dos desembargadores Evandro Stábile e José Luiz Carvalho e dos juízes Eduardo Jacob e Círio Miotto, a segunda colocada nas urnas nas eleições de 2008 em Alto Paraguai, Diane Alves (PR), teria negociado sentenças judiciais por intermédio de Alcenor para manter o prefeito eleito afastado do comando do Executivo. Durante a Operação Asafe, desencadeada pela Polícia Federal, Alcenor chegou a ser preso. Interceptações telefônicas da PF revelam que ele, que foi vice-prefeito de Umbelino Campos, o Biliu, era quem determinava as diretrizes da esposa na administração. Suas incursões junto ao TRE, segundo consta no processo na Justiça Federal, era para minar todas as tentativas de recursos impetrados pelo então prefeito eleito Adair, que estava com registro cassado.
De acordo com denúncias sustentadas no processo, há falhas na prestação de contas de Adair e sua vice, Tânia Regina Siqueira. O peemedebista declarou repasse ao comitê eleitoral de R$ 43,6 mil, quando, na verdade, seriam R$ 44,1 mil. Já a arrecadação declarada pelo partido foi de R$ 40,4 mil. Essa confusão numérica levou à cassação dos dois registros.
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