O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) informou nesta terça-feira que denunciou à Justiça 20 policiais rodoviários federais envolvidos em um esquema de propina para permitir o tráfego, sem fiscalização, de veículos irregulares pelas rodovias,sem qualquer fiscalização. Também foram acusados 23 particulares (em sua maioria, empresários do setor de transporte) que ofereceram vantagens indevidas aos policiais.
Entre os denunciados, quatro policiais já estão presos preventivamente desde o mês passado, quando foi deflagrada a Operação Boa Viagem, da Polícia Federal (PF). Os demais policiais foram afastados da função de patrulhamento.
De acordo com as apurações, os denunciados estão envolvidos em práticas criminosas que podem ser divididas em duas categorias. A primeira diz respeito ao recebimento periódico de propinas pagas por empresas de maior porte, para que seus caminhões trafegassem livremente pelas rodovias. A segunda categoria refere-se à cobrança permanente e sistemática de pequenos valores ou produtos alimentícios, sob o pretexto de desconsiderar a violação de algumas regras de trânsito.
São alvos da investigação crimes praticados por policiais rodoviários federais de Pernambuco, em especial nas Delegacias da Polícia Rodoviária Federal da Região Metropolitana do Recife, de Ribeirão e de Moreno, assim como nos postos de Gravatá, Cabo de Santo Agostinho e Contorno (Ceasa).
Entre os crimes cometidos pelos denunciados estão formação de quadrilha ou bando, corrupção ativa, violação de sigilo funcional, corrupção passiva e advocacia administrativa (patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da autoridade competente). Para desarticular a quadrilha, foram usados depoimentos de testemunhas e imagens em vídeo do momento em que os policiais recebiam os pagamentos.
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