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Terça - 20 de Julho de 2010 às 12:12

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O advogado da empresa Rio Pardo, Alexandre Peres do Pinho, confirmou a existência de um esquema para a apropriação do espólio de Olympio José Alves, já morto há cinco anos, no valor de R$ 8,8 milhões. Em entrevista ao jornal Folha do Estado, o advogado disse desconhecer que seu cliente seja conivente com alguma fraude, mas contou ter sido abordado para participar de um acordo.

Pinho revela que o advogado do suposto Olympio, José Henrique Fernandes de Alencastro, teria proposto para os representantes da Rio Pardo um acordo no qual o “morto” reconheceria a dívida, conquanto a empresa, por seu lado, devolveria 20% do valor da dívida para o advogado do morto.

“Só que os 20% não seriam depositados nem para o morto, nem tampouco para seu advogado, José Henrique. Mas, sim , numa terceira conta, de um outro advogado, o mentor mas que, aparentemente, não estaria ligado ao esquemão” informou Alexandre do Pinho à Folha.

Os “cabeças” do esquema, supostamente advogados, teriam forjado uma suposta dívida do morto com a empresa Rio Pardo Agro Florestal S/A, e, além disso, fizeram com que o “finado” comparecesse a uma audiência, cinco anos após a sua morte, na 3ª Vara Cível de Várzea Grande, na presença do juiz Marcos José Martins de Siqueira, que está sendo investigado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Segundo Pinho, sua posição diante da proposta foi de surpresa, mas concordou impondo apenas a condição de que seu honorário, de 10% dos R$ 8,8 milhões, não entrasse nesta negociata.

Questionado sobre o “estranho” acordo, uma vez que a lógica seria que os 20% voltassem para a conta de Olympio e não de um terceiro advogado, Pinho não soube responder. “Na época não me pareceu estranho, tendo em vista que eu desconhecia que Olympio estava morto há cinco anos”.

Aparentemente assustado, Alexandre Peres do Pinho revelou que apesar de confiar em seu cliente e na existência da dívida de Olympio com a Rio Pardo, ele ficou temeroso por desconhecer os verdadeiros interesses das pessoas que estariam por trás do falso Olympio.

“Não sei o que está por trás disso tudo e se realmente existe uma quadrilha. Tenho ouvido e lido muito coisa, por isso tenho receios. Apesar disso, estou com a consciência tranquila que agi profissionalmente, no sentindo de defender os interesses do meu cliente. Fiz o meu trabalho e recebi por ele. Não teve nada de errado nesse processo, ele foi igual aos outros até eu descobrir que o Olympio José Alves estava morto”, explicou.

Os receios do Alexandre são compreensíveis principalmente porque existem sérias suspeitas, levantadas pelo corregedor-geral do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Manoel Ornellas, de que a ‘quadrilha’ que atuou neste caso poderia ter ligações com o PCC (Primeiro Comando da Capital, organização criminosa de São Paulo). E ainda, o mentor - supostamente, o terceiro advogado neste caso - teria envolvimento em Mato Grosso, com a venda de sentenças, desmantelada pela Polícia Federal, na Operação Asafe, no último 18 de maio. As informações são da Folha do Estado.






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