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Educação/Vestibular
Terça - 20 de Julho de 2010 às 10:23
Por: Euziany Teodoro

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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Gilmar Soares, culpou o governo pelo péssimo desempenho dos alunos de Ensino Médio da rede pública estadual no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Um dos motivos é a "trapalhada" que o ex-governador Blairo Maggi (PR) fez ao realizar o concurso público para o preenchimento de mais de 10 mil vagas. Na tentativa de atender a um capricho pessoal e fazer um mega-concurso, se esqueceu de contratar professores. Os candidatos que foram aprovados no concurso só deverão ser chamados no ano que vem, por causa das eleições”, explicou Soares.
 
A escola pública com melhor performance no exame foi a Escola Estadual 29 de Novembro, de Tangará da Serra, que ficou em 5.379º, do total de 23.372 que participaram da prova. “Mato Grosso precisa de grandes investimentos. De toda uma política que deve ser implementada para colhermos bons resultados”, disse Gilmar Soares.
 
O presidente do Sintep-MT aponta outras causas para as falhas no ensino. “Nossa realidade no Ensino Médio é resultado de um ensino fundamental fraco; aliado a isso temos a falta de estrutura para que os alunos aprendam com qualidade; escolas sem profissionais formados – faltam profissionais, no interior, principalmente; o governo faz contratos temporários ao invés de efetivos. Enfim, são inúmeras razões”, pontuou.
 
A presidenta do Sintep-Cuiabá, Maria Helena Bortolo, atribui o mau desempenho do Ensino Médio no ENEM 2009 “à falta de políticas educacionais para o setor, falta de recursos e investimentos nos profissionais da educação”.
 
“Uma das medidas a serem tomadas que também poderia contribuir para melhorar essa situação, seria melhorar a remuneração dos profissionais. Dessa forma, poderíamos fazer menos horas/atividade e nos dedicar ao Ensino Médio”, sugeriu Helna Bortolo.
 
O presidente Gilmar Soares defende mais uma teoria. “Nutrimos expectativas para que os projetos debatidos nessas eleições possam apontar para soluções concretas na educação a partir do ano que vem”, encerrou.
 
Outro lado
 
A secretária-adjunta de Políticas Educacionais de Mato Grosso, Fátima Aparecida da Silva Rezende, falou com o PnB Online sobre as falhas do Ensino Médio em Mato Grosso e em como o governo tem tentado melhorar o quadro. “Temos feito o investimento para ver melhorar o ensino médio matogrossense. Temos essa realidade de que há uma melhora. Estamos investindo e criando políticas publicas na educação”, disse ela.
 
Segundo a secretária, o Ensino Médio só passou a receber recursos específicos há três anos, com a criação do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), em substituição ao Fundef, que era destinado apenas ao Ensino Fundamental.
 
“Somente nos últimos três anos o ensino médio recebe investimentos específicos, federais e estaduais. Esse dinheiro tem sido gasto com a compra de livros, merenda escolar, laboratórios de ciências e computação e formação do professores nas áreas que apresentam algum déficit, principalmente na área de exatas, como física e química, e em línguas”, explicou Fátima.
 
Segundo ela, o aumento no repasse desses recursos está sendo buscado. “Essa é uma luta constante. Queremos sanar esses déficits (profissionais e estrutura)”, disse.






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