Wilson já está parecendo Collor
Com seu estilo populista e no afã de agradar e atrair a todos na busca de apoio nesta corrida ao Palácio Paiaguás, Wilson Santos começa a agir e a imitar Fernando Collor de Melo, que concorreu à Presidência em 1989, se elegeu como o "caçador de marajás" e, dois anos depois, renunciou ao mandato antes de sofrer impeachment. Na onda de marqueteiros e da equipe que cuida das chamadas redes sociais na internet, o candidato do PSDB a governador começa a ser mostrado como "caçador de mitos", "dançarino" e "atleta". Só falta agora transformá-lo em cantor. O propósito é um só e intencional: conquistar o eleitorado jovem, faixa etária que o ex-prefeito da Capital encontra dificuldades para obter maior inserção.
Wilson, que já foi vereador pela Capital, deputado estadual e federal, exerceu mandato de prefeito por cinco anos e três meses e faz questão de dizer que foi militar do Exército, está seguindo a mesma estratégia de Collor, que começou em 1983 como deputado federal e, em 1987, conquistou a cadeira de governador de Alagoas. Depois, encarou a disputa ao Palácio do Planalto. A figura de Collor surgiu na imprensa como alguém que combatera altos salários de funcionários públicos, por ele alcunhados de marajás. Era retratado como corajoso, ousado e audacioso. Aparecia fazendo cooper, com porte atlético. Era "pintado" como o candidato ideal que iria combater a corrupção no país. E, assim, Collor foi conquistando eleitores por toda país, inclusive impulsionado pela juventude. Em Mato Grosso, tinha Jayme Campos como um dos principais cabos eleitorais. Por coincidência, Jayme agora é cabo eleitoral de Wilson.
Num Brasil que herdara da colonização portuguesa a tradição de Dom Sebastião, que houvera desaparecido no norte da África, durante um combate, em 1578, e os portugueses acreditavam que aconteceria seu retorno, Collor utilizou sua campanha para transmitir a imagem de um novo "messias", que, assim como no sebastianismo português, era o milagreiro que varria a corrupção, a ineficiência e uma economia arcaica. O alagoano utilizou a comunicação de massa para chegar ao poder, explorando também o desgaste do governo Sarney por causa da crise econômica, corroída pelos altos índices de inflação.
Duas décadas depois, Wilson Santos utiliza as redes sociais e prega ser um novo "messias", aquele capaz de resolver qualquer problema administrativo. É um político e historiador, que gosta de contar história e, quase sempre, de encumpridá-la, principalmente nesta fase de campanha. A oposição tenta "abater" o tucano antes deste criar mais asas, chamando-o de pinóquio, quando expõe as problemáticas vividas e deixadas enquanto prefeito de Cuiabá. Mesmo assim, ele não está nem aí. Quer chegar ao poder de qualquer jeito, assim como Collor.
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