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Saúde
Domingo - 18 de Julho de 2010 às 11:16

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Um levantamento feito pelo Unaids (Programa da Organização das Nações Unidas de combate à Aids) indica que 29% dos brasileiros não trabalhariam com portadores do HIV, o vírus causador da Aids. O estudo também foi feito em outros 24 países.

A Aids é o tema de um encontro que começa neste domingo (19) em Viena, na Áustria. A 18ª Conferência Internacional da ONU sobre a Aids reúne, até o próximo dia 23, cientistas, políticos, religiosos, voluntários e artistas para discutir sobre uma doença que já tirou 25 milhões de vidas e que em 2008 afetava mais de 33 milhões de pessoas, segundo a ONU.

Por causa do preconceito contra os portadores de HIV no trabalho, o governo brasileiro proibiu, no fim de maio, as empresas do país de exigir o exame de HIV de seus trabalhadores tanto no processo de contratação quanto dos profissionais que já trabalham nas empresas.

O relatório da ONU mostra ainda que, dentre os entrevistados de todo o mundo, 61,2% trabalhariam com pessoas infectadas com o HIV, enquanto 20,1% preferem não dividir o mesmo espaço de trabalho.

Mas, no Brasil, o preconceito é maior: 55% dos entrevistados afirmam que trabalhariam com portadores do vírus da Aids, mas 29% dizem que se recusariam a fazer isso. Entre os países que participaram do levantamento do Unaids, a resistência só é maior na China, Egito, França, Indonésia e Letônia.

Já nos outros 19 países, como Índia, Jamaica, México, Japão, Estados Unidos, Rússia e África do Sul, o preconceito é menor que no Brasil.

De acordo com o relatório, a Aids continua sendo considerada um dos problemas mais importantes do mundo.

- A aceitação das pessoas que vivem com HIV é maior nos países da África Subsaariana e Caribe, onde 80% das pessoas demonstram atitudes positivas.

Para realizar a pesquisa, feita em parceria com a instituição Zogby International, foram entrevistadas 11.820 mil pessoas pela internet entre 30 de março e 27 de abril deste ano. No Brasil, foram 804 entrevistas. 

 

Brasileiros são contra restrições em viagens

Apesar dessa resistência no local de trabalho, o Brasil se mostrou um dos países mais contrários às restrições de viagens contra portadores do HIV - medidas que impedem as pessoas infectadas de entrarem nos países. Pelo menos 75% dos brasileiros entrevistados não concordam com esse tipo de limitação – na China, 61% dos consultados aprovam a medida.

O relatório da ONU mostra que os brasileiros estão divididos quanto a capacidade do governo em combater a Aids. Segundo o levantamento, 50% dos entrevistados acreditam que o país sabe combater a doença, enquanto 43% diz que o país não enfrenta devidamente o problema.

Para os brasileiros, o que impede um trabalho mais efetivo de combate à doença é, em primeiro lugar, a disponibilidade de recursos, seguida pelo preconceito contra os portadores e pela quantidade de serviços de saúde.

O resultado disso é que um quarto (25%) dos brasileiros afirmam que estão sujeitos a se infectar com o vírus. Nos Estados Unidos e na Africa do Sul, essa taxa está em torno de 5% e 14%, respectivamente. 




Fonte: Do R7

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