Dono do Grupo Modelo, empresário diz que nunca teve intenção de disputar uma eleição
Altevir minimiza o poder econômico e encara a eleição
Escolhido na última hora para disputar o cargo de 1º suplente ao Senado, na chapa encabeçada pelo deputado federal Carlos Abicalil (PT), o empresário Altevir Magalhães (PMDB), um dos donos da Rede de Supermercados Modelo, afirmou que foi "convocado compulsoriamente" para entrar na disputa eleitoral. E que "não estava preparado".
Ele revelou que "foi obrigado", pela primeira vez, a pensar em grupo, no caso o PMDB, uma vez que não tem ambições em disputar cargos públicos.
"Foi um processo muito rápido e, de certa forma, estranho, pois eu não estava preparado. Às vezes, você escolhe as coisas e, às vezes, as coisas escolhem você. Pela primeira vez, fui obrigado a pensar em grupo e não pensar em mim. Não que seja um sacrifício ou uma coisa difícil, pois entendo que chega uma hora que você tem que parar de jogar pedra e ser vidraça, para ver como as coisas são, qual é a lógica pública", afirmou Magalhães, em entrevista ao MidiaNews.
O empresário explicou que nunca teve interesse em disputar cargos eletivos, tanto que, quando se filiou ao PMDB, colocou seu posicionamento para o grupo. Mas, no dia 1º de julho passado, surgiu convite, segundo ele, por parte do governador Silval Barbosa e dos membros do partido.
"Fui convocado pelo PMDB durante uma reunião, onde os companheiros disseram: "Você tem uma hora para decidir e dizer sim, pois não aceitamos não como resposta". Em seguida, respondi: Vocês já decidiram por mim e foi uma situação muito estranha, engraçada até. Não estava preparado, mas aprendi que temos que estar preparados para tudo", disse o empresário.
Participação ativa
Mesmo diante do convite inesperado, Altevir Magalhães afirmou que entrará na disputa, uma vez que não teria sentido participar do processo eleitoral apenas "emprestando seu nome". Ele destacou que teve várias conversas com o deputado Abicalil sobre a campanha, pontuando que não pode "abandonar" seus negócios e sair pedindo votos em todo Estado.
"Deixei claro ao Abicalil que vou estar na campanha, mas que não posso deixar minha empresa para rodar o Estado. Mas, é evidente que tenho uma estrutura de pessoal e vou participar ativamente, pois não entraria na disputa apenas emprestando meu nome. Vou participar e pedir votos, senão não teria sentido", afirmou.
Exposição
Altevir Magalhães é um dos sócios-proprietários da Rede de Supermercados Modelo, em Mato Grosso. Segundo ele, a rede conta com 11 supermercados, três hipermercados e três distribuidoras, gerando três mil empregos diretos nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Tangará da Serra.
Ele declarou à Justiça Eleitoral possuir um patrimônio avaliado em R$ 3 milhões.
O empresário enfatizou que não teme a exposição de sua vida particular, por entender que, como empresário, possui uma vida pública, em função de suas atividades e balanços da empresa serem publicados periodicamente e da transparência adotada na sua vida empresarial.
"A exposição não deve assustar, pois, independentemente de disputar cargo eletivo, sempre fui uma pessoa pública. Minha declaração de bens é pública, bem como minhas atividades empresariais e não vejo problema nisso. Mas, é evidente que a gente corre riscos e isso foi calculado. Mas, não tenho receio, porque, de certa forma, sempre fui uma pessoa pública", disse.
Sobre os bens avaliados em R$ 3 milhões, tendo declarado possuir apenas 23% do capital social dos Supermercados Modelo, Magalhães explicou que a declaração é feita com base no Imposto de Renda (IR) - e que não oculta dados.
"A empresa tem 26 anos de atuação e é evidente que não possui um capital social de R$ 1 milhão, pode ser diferente. Mas, sou obrigado a declarar à Justiça Eleitoral o que declaro ao Imposto de Renda. Dessa forma, declarei quanto tenho da empresa, mas isso não é uma tentativa de ocultar patrimônio, pois os documentos são todos legais", afirmou o empresário.
Recursos para campanha
Altevir Magalhães afirmou que deixou claro ao PMDB não ter disponibilidade de recursos financeiros para investir na campanha e que sua empresa não tem condições de investimentos. No entanto, ele destacou que irá trabalhar para disponibilizar recursos.
"Deixei claro que Altevir (pessoa física) não tem disponibilidade de recursos e que a empresa não possui grandes condições de investir, embora as pessoas pensem que entrei na disputa somente pelo poder econômico. Além disso, fui claro com meus sócios de que não teria disponibilidade financeira para campanha. Meu poder será de convencimento, de pedir voto, de ser uma alternativa", completou.
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